Não sei como começar esta crónica, agora que o sol se pós, que o dia mergulhou nas sombras da noite, o cansaço chegou avassaldor sobre os meus ombros, as minhas mãos, os meus braços e todo o meu corpo, depois de um dia pleno de trabalho.
Eu poderia falar dos amigos idos: Salgueiro, Ossian, Blanchard, pessoas marcantes e tão importantes nas suas atividades, na sociedade de Fortaleza.
Cada qual, a seu modo, teve significado para mim: Salgueiro, foi o colega de faculdade, amigo sincero, alma pura, fala mansa, profissional sério e competente, pai de família dedicado, cujo coração parou de bater, mas deixou marcas indeléveis na sua passagem terrena.
Ossian, o político do Cariri, irmão de duas criaturas maravilhosas, Neidja e D. Zuleica, ele mesmo pessoa de atuação multifacetada: tabelião, deputado, prefeito de sua cidade, sempre bem humorado, a quem devo o apoio irrestrito e decisivo para minha promoção a juiz presidente da então única Junta de Conciliação e Juilgamento de Teresina.
Blanchard, o cronista fino, intelectual de vanguarda, pensamento arguto, que padeceu as incompreensões de um tempo triste da nossa história, que deve ser esquecido, talvez não, que deve ser lembrado para que jamais retornemos à quela noite medieval em que mmergulhamos durante a famierada revolução de 31 de março.
É, a gente fica morrendo aos poucos com a morte de cada amigo. Deus os guarde em seu Reino de Luz, junto à Sua face Divina.
