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cronicas-->Consciência cidadã -- 16/05/2007 - 15:39 (Janete Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Consciência cidadã


Com os "comesebebes" e as comemorações comerciais do dia das mães findos, as lojas dão um jeito de prolongar os festejos com as liquidações. Liquida daqui, liquida dali e muita gente, de novo, puf, cai em tentação. Mas isso não é de todo ruim, afinal, o que seria da economia não fosse também o movimento no comércio interno? Como fiz opção pelos menos favorecidos (por saber-me menosfavorecida), não vou ficar do lado do patrão nos exemplos que seguem: sem vendas, o comerciário pode perder o emprego; sem emprego, deixa de comprar; sem demanda, a fábrica produz menos; sem produção, mais desempregados; mofinando a fábrica, o campo pena; desalentado, o trabalhador rural tende a correr para a cidade: um caos. (Cuidado com más interpretações: não estou dizendo que o trabalhador rural não deva ou não possa buscar a cidade! Disse "um caos" e não "o caos". Há muitos pormenores [e "pormaiores"] pelo meio do caminho).

Evidentemente que isso é apenas um átomo no complexo sistema económico, que está relacionado a muitos outros fatores: educação, saúde, energia, ecologia, etc.etc.etc. e que, logicamente, envolve outras categorias de trabalhadores, consumidores e produtores. Mas, pensando em situações como essa, optei por liquidar também minhas parcas reservas económicas, entrando consciente nos embalos das liquidações pósdiadasmães. Foi assim:

No Domingo que antecedeu o grande dia, adquiri um televisor (20", crystal clear, alta resolução) de última geração (tudo hoje em megalojas é de última geração; o que for de primeira é relíquia do departamento de antiquários). Ao retornar à mesma loja, após o dia festivo (o Domingo materno), o vendedor tenta me convencer de que posso fazer um negócio-da-China, aqui mesmo no Brasil: trocar o televisor antigo (com pouco mais de uma semana apenas) por um ainda mais moderno, com altíssima resolução, 23 polegadas, pagando, como diferença, a bagatela de cento e quarenta reais. Cocei a cabeça, pensei na defasagem a que meu recém-televisor me sujeitava e decidi fazer a troca.

Agora, contabilizando os gastos, quero crer que o que me fez desfalcar de vez minhas minguadas reservas foi mesmo minha consciência cidadã, que tanto se preocupou com a necessidade de aquecimento da economia, a ponto de esquecer-se de que uma andorinha só não faz verão e de que tentar justificar as seduções nas quais se sucumbe não atenua nem traz a absolvição das dívidas.




Janete Santos
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