Usina de Letras
Usina de Letras
15 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63310 )
Cartas ( 21350)
Contos (13303)
Cordel (10362)
Crônicas (22579)
Discursos (3249)
Ensaios - (10705)
Erótico (13595)
Frases (51839)
Humor (20195)
Infantil (5625)
Infanto Juvenil (4962)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141339)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1968)
Textos Religiosos/Sermões (6366)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->PAISAGENS DE MINHAS LEMBRANÇAS -- 09/08/2007 - 17:31 (Daniel Viveiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tenho tido sonhos grandiosos e irrealizáveis.
As paisagens em que eles se dão são de vastas extensões silenciosas de um deserto, ou montes verdejantes onde florestas incomensuráveis se perdem à distància do horizonte.
Percorro estes locais ermos com força inumana, sem dor e com uma alegria desconhecida.
Neles sinto que mais que areias, morros ou florestas, são minhas porções longínquas que revisito no espírito dos sonhos; uma aventura às profundezas arquetípicas de meu passado.
Percorro-os como se meus vestígios ancestrais se refizessem como imensos limites da memória infinita que guardo em mim, e sinto-me semideus expatriado dos espaços sem fim.
Criado como bicho solto no interior, ainda recordo os cimos dos morros crus de minha cidade natal, e trago a lembrança de meu Eu menino com os olhos admirados nas extensões de terra bruta que se perdiam na distància do olhar.
Eram momentos em que sentia o mundo pequeno aos meus pés de moleque gigante.
Nos cumes que conquistava, o orgulho de ser maior do que tudo que a vista alcançava! Toda aquele extensão era-me infinita de dentro para fora, não de fora para dentro...
Não eram os montes que se sobressaiam e eram os maiores no terreno: aos meus olhos infantis, era-o eu, firmemente calcado, dominador onde o ponto mais alto terminava...
Deus!, como eu era gigante!
Hoje, nas grandes cidades, fadadas a aprisionar a cada dia seus cidadãos com luzes artificiais e gigantescos painéis de propagandas, obrigando-nos a centrar o olhar cada vez mais aos efêmeros produtos humanos e cada vez menos à natureza, sinto um sentimento inoportuno de retornar onde ainda hajam estradas de chão, matagais intactos, morros com árvores seculares e pequenos riachos em cujas margens perdem-se vegetações úmidas e virgens no extenso campo afora.
Assim como sinto-me estrangeiro nas grandes cidades.
Assim como somente nelas me vejo estranhamente solitário.
É quando escrevo versos tortos, obtusos e mesquinhos.


Daniel Viveiros
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui