Existiam cinco fontes de esplendor que pulsavam em meu peito como uma criança à espera do dia comum.
Todas, com o passar do tempo, com o toldo das horas parecendo desabar, com o nome de inválido, foram desaparecendo até completar seu ciclo do vazio dos homens.
Sou o circo, sou a hora, sou o desejo.
Não completei meu ardor pelo mundo. Ele veio voluptuoso e bem capaz, e me armou de sinceras e dolorosas frustações.
Se do meu corpo afogueia chamas de viver, por outro, lapida a voz do bom senso e depõe contra mim, todas as provas da improbidade e incapacidade para sobreviver a este mundo, as colinas sem lua que o mundo preparou.
E, agora, de tocaia, só espera o momento mágico, para desfechar seu ataque final.A voz da esperança morreu no primeiro grito.
A ànsia de viver foi comida pelo tempo, o devaneio e o sonho de um burgomestre do amor, foram lapidadas para quebrar ao primeiro sopro de vento algoz.
O desfecho está para chegar. E com ele já espero, sem angústias. Porque agora sou parte de todos e todos vivem em mim.
Absorvi as angústias e os medrados em meu corpo e isso me torna feliz por saber dar o alento em poucas e razas palavras que, se não acrescentam nada o mundo, revive em meu corpo, através de palavras procuradas e ajoelhadas de amor comum, um feito de acalanto para aqueles que nada tem.
E me tornei um pároco de todas as ànsias, uma esperança que, sei, alguém aguarda.
E se tudo isso for medra de musgos falsos, que desabe em mim mais uma fonte: a da espera daqueles sem feitos, vazios de sentinelas e ralo em acalantos.
Só espero a vida continuar para saber as respostas. Mas que elas venham, mesmo em forma de fim de história, de uma folha que se desbotou de fraqueza e se deixou levar pelo vento da vida.
Pode ser o fim de meus píncípios pode ser o início de minhas dores.
Como um parto da vida: você está para nascer ou para morrer. Se for para morrer digam logo.
Sou frescor das mortalhas, impávido homem do caixão comum.