A história do Nego Bambu é página do livro "O Brasil nosso de cada dia", mas não contempla sua briga com o nego Azulão.
Ainda nos anos cinquenta, certa vez, meu pai chegou de viagem trazendo consigo um garoto negro de uns quinze anos. O crioulo havia comprado tecidos e como não pudera pagar, o avó, então, sugeriu que e negro fosse levado para prestar serviço em nossa casa até pagar a conta. Inicialmente, Papai recusou-se, mas o garoto mostrava-se inclinado a acompanhá-lo. Sabia que seu credor era comerciante, e, por conseguinte, poderia proporcionar-lhe melhor passadio do que lhe era possível ter em casa de seu avó e pai de criação. O garoto atendia pelo nome de Firmino, mas logo lhe veio o adequado apelido de "Bambu", pois tinha porte avantajado. Era esperto, trabalhador e de boa índole. "Bambu" mesmo depois que pagou com seus serviços tudo que devia, permaneceu conosco por alguns anos, como membro da família. Saiu já na idade adulta e voltou pra Picos. Casou-se e deu a seus primeiros filhos os mesmos nomes dos dois filhos mais velhos de meus pais: Neomísia e Francisco de Assis. ((LIMA, Adalberto et tal. O Brasil nosso de cada dia. 2007).
O Nego Bambu era forte e destemido. Azulão, também. Tomando umas cachaças num boteco, próximo a um cabaré, os dois se desentenderam e partiram para a luta corporal. Amarraram entre si as fraldas das camisas e cada um puxou sua peixeira. Enquanto Bambu cortava as pontas amarradas, Azulão desferiu-lhe uma peixeirada na barriga. A briga terminou com Azulão preso e Bambu hospitalizado. Daí a poucos dias os dois já estavam juntos tomando cachaça.