Você já parou para fazer uma retrospectiva de tudo que fez na vida, lembrando-se de decisões tomadas e de tantas outras que você quase tomou e que poderiam ter mudado toda a trilha percorrida até hoje?
Estive fazendo isso, um dia destes e descobri que talvez nem estivesse aqui escrevendo neste momento, se tivesse optado pelos inúmeros caminhos que já tive oportunidade de seguir e os desviei.
Veja bem: eu já quase fui costureira, professora, contadora, economista, administradora de empresas, sindicalista, empresária, magistrada, escritora. Muita pretensão, não?
Mas é verdade. Ainda garota, após a conquista do meu lindo diploma de Corte e Costura, pratiquei em casa, costurando para amigas, família, vizinhas.
Na adolescência, dei aulas. Cursei contabilidade e cheguei a usar o meu título de contabilista algumas vezes, no exercício da profissão.
Estudei metade do curso de economia, dois terços do curso de administração de empresas. Fui sócia fundadora e diretora de um sindicato; sonhava em ser magistrada (imaginava que essa era a melhor forma de distribuir justiça e percebi depois que estava enganada, pois como diz o jargão "fora dos autos, fora do mundo". Como distribuir justiça, sem poder buscar as provas necessárias à decisão justa?).
Por fim, decidi que não apenas advogaria, mas também seria escritora. Foi quando tomei essa decisão que eu parei de passar para o papel as minhas inspirações!
Decidi, pelo menos meia dúzia de vezes, não aceitar as irrecusáveis propostas de sociedade comercial e de prestação de serviços que me foram feitas ao longo da minha vida.
Enfim, hoje sou advogada, embora sem perder o sonho de um dia me tornar também uma escritora.
Quase terminei um noivado exatamente no dia em que fiquei noiva!
Quase morri num acidente de automóveis, na estrada.
Quase não escrevi esta crónica hoje, porque ainda não tinha me conscientizado de que é dia da atualização da minha coluna no site!
Como seria diferente se todas essas decisões não tivessem esbarrado num "quase"!
Ah! Quase ia me esquecendo... fico muito feliz quando recebo comentários dos meus leitores sobre as minhas publicações e prometo fazer o possível para não decepcioná-los muito.
Ou... quase não decepcioná-los....
