Após 25 anos de longa espera..você surge no caminho como as rosas endiabradas, ofegantes ,orvalhadas e cheias de contágio.
Não leio Descartes. Só falo besteira nesse meu cotidiano de mulher fulgaz.
Consegui esperá-lo docemente esse tempo todo. Muitos homens tocaram-me Como pássaros benevolentes urrando, babando, viram coelhos dentro de mim.
Incrível o que esses filósofos nos fazem virando madrugadas a roçarem indolores em coxas alheias.
Sei que a questão não é o absurdo das frases ou a métrica das rimas ,mas as silabas que ultrapassam-me e geram coisas. Lembro aquele seu paletó vinho mofado olhando-me em noites de lua morna. A cada homem que passava entre ele, eu cuspia cinzas tuas Relembrando velhos morros de areia. Desatino.
Coitada de suas vestes. Horrorosas de deixarem cabelo em pé.
Nesse tempo todo em que esteve fora relembrei seus velhos trapos e corri as dunas gritando por você .Nada mal para uma mulher Nada madura.
Comendo ameixas secas senti você me lambendo as rugas da ausência. Sofro por não tê-las totalmente. Assim , ficaria mais tranquila caso Fizéssemos amor novamente.
Deixe de tolice e amarre meus cabelos. Sempre foram seus de alguma maneira . Indecentes.
Saiba que todos esses tolos versos não farão eu dar o seu perdão. Danae-se Platão , Sócrates. Bernard e Eloise.. Sonhos roucos jamais deixaram-me louca o suficiente para sentir-me fiel a nos dois. Odeio essas amarras. Amo o vazio que nos une e absorvo cada parte do seu prazer em me deixar para trás.
Assim, fico mais solta e atrevidamente safada sem culpa alguma.
Assim torno-me mais humana. Instintiva. Fiel ao preço que se paga pelo desengano.
