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cronicas-->DO PONTO DE VISTA DA LOUCURA -- 01/08/2008 - 22:11 (Maira Cervi Marques Fernandes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Enquanto isso...Tudo acontece lá fora. Independente da minha tristeza, as pessoas sorriem e comemoram alguma coisa. Divertem-se, saem, namoram. As pessoas se beijam, se agarram, se desejam, mesmo que eu me sinta a pior pessoa do mundo. A minha falta de coragem não impede a felicidade alheia. A minha falta de amor, não vai impedir que outros se amem. Eu não sou nada. Não tenho nada. Não mudo nada. Minha constatação não vai mudar coisa alguma.
Tudo acontece lá fora. Mesmo que eu sinta raiva da sua alegria. Mesmo que a minha inveja esteja gritando. E a angustia sufocando-me aqui dentro. Nada impede que as pessoas se casem, tenham filhos, se abracem. Que amigos se reúnam para um momento de descontração após um dia exaustivo de trabalho. As pessoas continuam se realizando profissionalmente, mesmo que eu não queira isso.
Apesar de toda a minha depressão. Da minha falta de visão. Da minha infelicidade. O mundo parece feliz. Ninguém se importa com nada. Só a minha insatisfação que insiste em machucar-me mais e mais a cada dia. Enquanto o mundo acontece lá fora, eu choro aqui dentro de mim.
O mundo me ignora. Não sabe que eu existo. Não me mostro à ninguém. Escondo-me de tudo, de todos. Protejo-me do mundo, da vida. Das vozes que me falam ao ouvido. Vejo o mundo pela janela do quarto. Vejo as pessoas como um filme que passa. Assisto à vida daqui de cima. Da minha janela, do meu ponto de vista. E não insista que eu não vou sair. Não vou mentir dizendo que eu vou mudar. Não vou te agradar de jeito nenhum.
Alguém se aproxima de mim. Não é um estranho, acho que o conheço de algum lugar. Delicadamente segura a minha mão. Conduz-me ao leito de um jeito manso. E quando me deito, me lembro por um instante, o quanto o branco me incomoda, essa luz que invade meus olhos, numa lucidez atrevida de alguém que reconhece a sua própria loucura. Em pensamentos fragmentados e sentimentos confusos. Trancada em si mesma, protegida por uma psicose qualquer.
Sou uma mulher insana, que vive de pijama, sem vaidade, sem vontade nenhuma. Que perdeu o brilho, que não teve um filho para que pudesse ninar. Sou uma pessoa largada, abandonada na vida. Doente da mente. Que se sente sozinha, com medo de tudo. Fechei-me pro mundo, para que a dor não pudesse jamais entrar. Através de uma consciência difusa e perturbada eu me recolho de tudo. Fecho os olhos e adormeço, na esperança de me distanciar cada vez mais de mim.
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