Podemos caracterizar o conceito de pobreza estabelecer uma comparação entre pobres e não pobres observando paràmetros de seus rendimentos, bem como, sua participação na renda nacional.
Devemos destacar também a linha de pobreza, uma vez que com a mesma, observa-se o mínimo da renda e critérios a serem observados de cada indivíduo dentro da sociedade se estão ou não fora da linha da pobreza.
De acordo com o estudo de Sérgio Henrique Abranches, a desigualdade pode ser reduzida num programa de Transferência de Renda, sem afetar a medida da pobreza, ou seja, beneficiando os mais pobres sem alterar a vida dos mais ricos.
Acreditam também alguns teóricos da Política Social que para diminuir a linha da pobreza, devem-se manter cada vez mais padrões de renda e faixas salariais iguais com o objetivo de alcançar a igualdade entre os indivíduos, porém existe uma clara tendência do mercado em diferenciar os salários causando níveis de ganhos diferentes aumentando o abismo cidadãos de uma mesma localidade.
Do ponto de vista económico, pode se transferir renda sem efetivamente modificar a situação dos mais pobres, sendo assim contraditório, pois transferir renda deveria ser um modo de combate a pobreza e não a manutenção dela.
Na perspectiva social, a desigualdade é um fenómeno que não se finaliza apenas com a transferência de renda, pois é necessário mexer na estrutura da sociedade, na cultura que a cerca, dos sujeitos sociais que demarcam seus interesses politicamente.
Sem alterações significativas como no perfil distributivo em todos os níveis, renda, património, cultura social, não se alcançará a diminuição dos níveis de pobreza e não se alcançará o fim desta sociedade desigual marcada por pobres e não pobres.
A ação governamental reflete escolhas em um quadro de conflitos. Se entendermos que cada sujeito social move a sua concepção de sociedade. Os interesses distintos atuam dentro da mesma sociedade fazendo pressão a ação governamental, portanto o estado faz-se em plena disputa refletindo substancialmente nas escolhas governamentais, no destino de verbas na construção e condução de projetos, além da aplicação de políticas públicas necessárias.
Quanto maior o peso deste sujeito social, mais influência ele terá na condução das ações de governo.
Leonardo Koury Martins é graduando de Serviço Social pelo Centro Universitário UNA, Assesssor de Governo em Políticas de Juventude da Coordenadoria Municipal da Juventude de Belo Horizonte.