Nossos olhos se cruzaram numa batalha de estudos furta-cor. O sorriso, esboço sem traços definidos, subiu à s faces pálidas de frio e surpresa. A paleta de todo o sentimento se pós à mesa e definimos as cores de nosso poema, mas preferimos os traços de giz.
Não é você quem diz que é melhor assim, na fineza da ponta dos dedos, uma pintura cheia de borrões que se condensam? Alma de artista, você dança em meus sonhos mais vaporosos, quando esqueço as reais vicissitudes de nossos tempos e com o pincel de meus braços, redefino o ar que nos une.
Cruzamo-nos num estudo de espaço, nos borrões da espera de Outubro, na ponta dos dedos de nosso giz, no fio da surpresa de um escuro cinema; preferimos assim, como gatos no cio, na neve de nossos sonhos mais vaporosos, nas virtudes de nosso dilema. No telhado por um triz. Não é melhor assim?