Tudo o que fiz foi te conhecer; sem tempo algum tive de escolher entre um fim ou um princípio como se houvesse tempo entre nós. Nada, nunca houve nada e em pouco tempo, começamos um mundo, um universo de sensações maravilhosas, eu sem tempo, você sempre cruzando meu espaço, relativisticamente falando. Cada qual ao seu modo, olhávamos de diáfanos espelhos nossos modos de ser diferentes, você meio insegura, eu sempre atento. Nunca, nunca pudemos nos dizer sequer uma palavra mais amena, nunca pudemos sequer nos tocar de modo menos tangencial ou mais substancial.
Agora que tudo acabou, resta-nos o consolo de que nossas velocidades se cruzem um dia, além, num vasto segundo de um tempo infinito, posto que dure ao menos para sempre, esse é meu profundo desejo mais do que de meu eu profundo; o desejo vem de fora mas também vem do toque na suave tela que separa nossos mundos, uma fina camada de energia, massa e rude interrupção.