Costumo apresentar-me inteiramente à sua serventia. Balançam-me os ossos à luz do sol predestinado; à sua disposição, é assim que me queres, à mercê de sua sombra.
De tudo que me assombra mais, tem um pouco de você. O que devora minhas entranhas vai em sua cabeça, embora eu mereça decerto; é lídimo, tem sua marca.
Eu me acostumei a ser sua notícia, seu vozerio me abarca de madrugada, fico sob os holofotes de seu inferno e é tudo o que me sobra neste instante, o supremo segundo que me apavora.
Está mais que na hora de me dissolver de suas mãos, está mais do que certo partir para um mundo deserto e no entanto, é o que menos desejo e saiba que este enfim é o meu encanto.
Saiba que de tudo isto o que mais me demora são as lembranças do que tive, um beijo terno, a sua hipocrisia, o meu abandono em mim e meu desatino!
Será o destino? Serão os gonzos do mundo, quimeras soltas ao vento de sua percepção? Será que é só a minha impressão ou não me ouve?
Que houve que agora nem sinto mais sua ausência, que não pressinto mais sua delícia, que me sossobra a pele do pensamento?Passou o momento?Decepção?