O dia foi pontilhado de experiências desencontradas: primeiro o pensamento, logo que os meus olhos descortinaram uma bela paisagem de um pequeno lago aqui em Miami: casinhas arrumadinhas, jardins bem cuidados, um barquinho quase na porta de uma das casas, surgiu o desejo de ali morar, mas livre de todas as assombrações do dia-a-dia, mas isso não é possível: onde quer que a gente vá, leva consigo todos os agarrados de nossa mente, as dores, os medos, os sustos, a prisão eterna a todos os compromissos, enfim aos enganchos da vida de cada um de nós, com as cruzes pelo meio.
No meio da manhã, o caçula me liga da Dakota do Sul, pergunta como estou, pede para programarmos melhor a próxima visita, pois desta feita passei lá apenas um dia, confessei-lhe que o pior desta minha viagem, sem dúvida, é a danada da solidão.
Depois, quando eu já percorrera vários lugares em busca de algo que me foi pedido, me primogênito me liga de Fortaleza e me faz a comunicação que me trouxe uma forte emoção: pai, eu fui promovido! Quando a noite já caía, cheguei em casa fatigado, querendo cama para descansar. E o dia passou ligeiro!