Não se trata de poesia, pois, na realidade, meu espirito hoje diante da vida real, tão conturbada, não me encontro naquele clima capaz de escrever poesias. Ontem, quando era comemorado o dia das crianças, surpreendia, nas esquinas, crianças pobres, vindas das favelas da periferia, portando cartazes toscos e mal redigidos, pedindo esmolas pelo dia das crianças .E pude ver, nos rostinhos sujos, uma ingênua alegria pelos mimos que alguns motoristas menos apressados passavam pelo vidro entreaberto embrulhinhos contendo balas e bolas de plástico ou bonequinhas.Cenas de uma cidade grande que, no caos do transito intenso e barulhento, perdeu o encanto e o romantismo, pois os seus habitantes, nervosos e apressados sequer tem tempo para olhar ao seu redor e descobrir as belezas que se escondem nas suas ruas e nas suas avenidas.