O esconderijo de Gonzaga era o cemitério, de preferência, dentro do caixão dos pobres de São Vicente. Ali ele se escondia quando praticava algum crime ou curtia ressaca.
Toda segunda-feira, piedosas mulheres visitavam o cemitério Pedro de Alcântara para chorar a perda de parentes falecidos e rezar por suas almas...
Temendo assombração, elas chegavam ao campo santo em grupo de cinco ou seis...
Naquele dia!... Naquele dia, Gonzaga estava assentado sobre um túmulo próximo ao portão de entrada.
Temerosas, recuaram, mas o fantasma interveio:
— Madrinha Cleonice pode entrar... ninguém bole com a senhora! — disse o matador.
Entraram...
Mais tarde, meio atrasada, chegou outra que também viera prantear algum parente e deparou-se com Gonzaga. É o novo zelador ou coveiro, pensou ela.
—Moço, que bom o senhor estar aqui. Estou com medo do Gonzaga de Bembem...
— Mas Gonzaga "é eu". Se quiser pode entrar. O "caxão dos "pobre" tá desocupado..."
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