Reprodução xerográfica para uso nos próximos quatro anos: esse o governo que se inicia em janeiro. Os mesmos nomes, os mesmos vícios, a mesma intolerància, a mesma incompetência, as mesmas causas, os mesmos efeitos e a mesma desesperança!
Filisteus e filistéias com seus filosofismos e androlatrias, preocupados apenas com o sodalício gratificante e compensador que assegura a impunidade e protege mutuamente, valer-se-ão da semàntica para suas declarações impressionistas sem pensar em xurdir de alguma forma.
Somente um vocabulário empírico permite definir o que assistiremos nos próximos quatro anos. Se o leitor não o conhece, ou já esqueceu, vale a pena recorrer ao Aurélio para alcançar o vaticínio aqui registrado.
A continuidade da inoperància, do desinteresse pelos problemas sócio-económicos das medidas incoerentes e inconsequentes, das contradições inconcebíveis e da desfaçatez e do misoneismo será a tónica prevalente. Nos nomes indicados para formação superior da equipe governamental não encontramos um único timorato.
Incrementar a importação de supérfluos, via postal, com isenção tributária em detrimento do similar nacional altamente onerado será a solução para a recessão conveniente. Induzir o povo à contenção do consumo para forçar redução dos preços dos nossos produtos e atraí-lo para os alienígenas liberados só pode ser obra de sofómanos ou xenomania.
O desemprego, a miséria e a fome irão suportar esse "novo" governo por 48 meses, 208 semanas, 1.460 dias, 35.040 horas, 2.102.400 minutos e 126.144.000 segundos, para que termine, também, com 48% de aprovação e popularidade, justificando o retorno de um topete. Haja fólego e paciência!!! (Dez/94)
