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cronicas-->Anos 50 -- 02/04/2013 - 07:58 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Meu pai tinha um comércio de tecidos no povoado; foi o começo de nossa ascensão econômica. Muito respeitado gozava de bom conceito no mundo dos negócios. Era bom negociante, comprava em Fortaleza e Crato, no Ceará, e vendia em seu estabelecimento comercial e nos lugarejos vizinhos. Em curto período de dois anos, o poder aquisitivo cresceu. Construiu um ponto comercial ao lado de nossa residência e transferiu a loja para lá. Ali se vendia razoavelmente bem: tecidos e seus artefatos, remédios populares, tintas para tingir roupa, óculos de grau e bebidas leves: os capilés e água inglesa. Vendia Biotônico Fontoura, melhoral, regulador gesteira (utilizado para regular o ciclo menstrual), sabonetes, creme dental Gessy e o famoso pó de arroz Lady, com sua engraçada propaganda na embalagem:

 
“O feitiço deste pó,
Fez a Chiquinha Bocó
Mais feia que São Simão,
Casar com Zé Violeiro,
O cabra mais feiticeiro
E mais bonito do Sertão”.

Além de estabelecido no povoado fazia ambulância, atendendo nas fazendas: Riachão (Monsenhor Hipólito), Itaim (Itainópolis), Samambaia e outros. Tudo transcorria em curso de perfeita normalidade. Vivíamos confortavelmente bem e tínhamos certa estabilidade econômica. Porém, 1947 veio uma grande crise: o estados do Sul passaram a cultivar algodão em larga escala, concorrendo em desigualdade com o Nordeste que não tinha estrada e estava longe dos pontos de exportação e assim, não podia escoar sua produção com preço compatível ao praticado pelos Estados do Sul e Sudeste.
O País estava em crise, o Nordeste agonizava.Nossa loja estava repleta de tecidos e outras mercadorias, quando foi decretada a moratória dos anos 50. Muitos comerciantes da região fecharam suas lojas. A nossa também não resistiu. Tivemos que nos desfazer de parte dos bens para pagar aos credores e voltamos a viver das propriedades rurais e do comércio ambulante. Um dos credores cresceu as vistas sobre a roça do carnaubal. Papai queria entregar. Não era homem de dar prejuízo a ninguém. Mamãe protestou.
- Antônio, você pode entregar tudo, mas a roça do carnaubal não! Não vou deixar meus filhos passarem fome. Entregue a rocinha perto do povoado.
A produção de cera de carnaúba, foi nossa salvação. Papai acolheu o conselho da esposa e mantivemos o carnaubal.

LIMA,Adalberto;SOUSA,Neomísia Saga dos Marianos

 

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