
Imagem:cndidoapurezademeupensar.blogspot
Quando eu era menino, e até os dez ou doze anos, tinha muito medo dos caririzeiros.
Ouvia falar das grandes secas de 1932 e 1957, e mesmo depois das abundantes chuvas
de 60,ainda havia muita fome no Nordeste!Naquela época, década de sessenta, passávamos
temporadasnuma propriedade de meu pai, que se tornara corredor desses retirantes.
Eles abandonavam o secosertão e adentravam o Meio-norte em busca das águas do Mearim.
Viajavam levando todos seus haveres: prato, panelas, farinha e rapadura.
Conduziam sua mudança nas costas, ou em lombos de jegues, um ou dois animais magros,
não mais do que isso. Com muita freqüência, viam-se os caririzeiros beirando o aceiro da roça.
Passavam conversando alto, um barulho,um vozeirão de dar medo!...
E eu tinha medo, muito medo de que fossem malfazejos. Não eram!...
Aqueles eram verdadeiramente,sem terra e sem teto. Êta vida sofrida!...
Nota do autor: Esta Obra está Registrada em nome do autor Adalberto Antônio de Lima sob o número 135897704703377000, o Certificado Digital de Direito Autoral atesta este registro http://www.textoregistrado.com.br/exibetexto.php?cod=135897704703377000&cat=textoreg
|