Nós tendemos a acreditar que tudo o que precisamos está adiante, postergado. Podemos então nos dar ao luxo de adiar centros encontros, de deixarmos para mais tarde o que tão cedo nos aflige. No entanto, a vida não nos protege desse e de outros medos. Você consegue imaginar o vácuo pleno, a não-existência, o negro de um sonho não sonhado ou a perfeita inconsciência do não vivido? Tendemos a nos persignar diante de tais idéias nefastas e nosso espírito, tão dado ao imediato (porque é assim que nossa cultura nos trata, produtos de uma civilização que preza mais ao 'ter' do que ao 'ser') foge da ideia da impermanência. Corremos de um lado a outro, quando o que nos importa mesmo é o encontro com nossa mais íntima luz! Não sei, talvez os budistas tenham razão, porque a própria ciência devasta nossa fé quando diz que a matéria é plena de vácuo, de vazio...
Os físicos não conseguem definir o que é o Universo (talvez o Multiverso) e nem Nietzsche com seu niilismo consegue desafiar a mais nobre das perguntas: Quem somos? De onde viemos? Para onde iremos??? Fico me perguntando, disso e de outras dúvidas que assaltam a mim ( e a todos) quando me vejo assim, tristonho e pensativo. Convido a todos para uma reflexão, porque talvez o que mais nos interesse, além do fácil ganhar e do mais se ter, seja o Ser essencial que deve haver em nosso íntimo, a Centelha do divino que certamente nos habita. Sim, alguém disse: Deus está morto. Ou não? Porém, vivo está nosso espírito indagador, crucial num momento em que todos os valores se revertem; A Ciência perscruta o Multiverso, há os que planejam avatares milenares de nós mesmos, o homem cada vez mais se debruça sobre as nossas ancestrais perguntas.
Nada há de mais nobre que reconhecer a nossa própria e breve existência. Sem delongas e sem medos espúrios, porque viver é sonhar.Bons sonhos a todos, porque, já dizia outro poeta: 'A Vida é Sonho'
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