Ainda que eu não possa saber, e me faltam fundamentos para isto( eu o sei e lamento profundamente as lacunas que o tempo deixou em mim) eu costumo aprender rápido o significado das coisas que em se manifestando, deixam as impressões mais profundas em nossas mentes. Como não sei ainda o que significam estas coisas, tateio no mar revoluto das sensações que, dispersas, coadunam num ponto que, à semelhança de uma vasta geometria, não tem fim, nem começo; eu pressinto que, se um dia souber tudo o que quero, precisarei de mais e mais pontos que juntos, se tornem retas que se encontrem em linhas que se avizinhem no Infinito. Daí, passarei aos planos que se mesclam, na metamorfose das pontes de luz que existem na metafísica ou mesmo na matéria dura que existe e não passa de luz adensada em pontos que se chocam e que, se diz, são pedaços ou pacotes de razão inacabada. Eu pergunto, então, se existe um equilíbrio das esferas no espaço ou se, num ponto de vista só nosso, interpretamos nosso mundo à nossa imagem e semelhança? Faltam-me elementos: Eu sei. A razão existe ( desde quando?) e nos faz raciocinar sobre o que é, esta dura vida que nos demarca territórios e nos torna escravos das horas que nós mesmos, e só nós inventamos. O tempo dos gonzos que giram no espaço é outro, é mais duradouro e pouco se lhes dá se nossos relógios pulsam na frequência dos átomos que nos compõem. Faltam-me subsídios para eu saber mais, porém não seria lógico perguntar : Para quê, afinal, existe o mundo? Se vier a resposta, seja em forma de sonhos de grande conteúdo, seja através de sinais que todos vejam à luz do dia ( e se verão coisas no céu, e todos o verão), que venha rápido, porque aprendo deveras que no único ponto que me adensa, nesta hora mágica de um Outubro esquecido, eu posso sorrir e dizer ao Infinito: Morres de inveja, porque afinal, tu não existes sem a minha presença.
|