A negação de sentimentos é uma constante em nossa vida, não sentimos raiva, não nos decepcionamos, não nos desencantamos, não nos magoamos e principalmente não nos apaixonamos por quem não pode ser objeto de nosso amor.
Todas as padronagens sociais nos são incutidas desde sempre e os sentimentos que não sentimos costumam emergir em momentos totalmente inapropriados, há um gatilho que os dispara e nunca sabemos como será.
Principalmente com relação ao amor, somente conseguimos aceitar este tipo de verdade quando já conseguimos lidar com a ideia, estamos maduros o suficiente para isso.
De uma certa forma é libertador, pois você sabe exatamente o que acontece dentro de você e porque, não fica se enganando e justificando o que não tem justificativa.
As coisas jamais serão abertas ou totalmente reveladas, não é possível por várias razões que podemos discutir mais abaixo.
O importante de tudo isso é como trabalhar estes sentimentos? Como entende-los e fazer com que façam parte da sua vida sem isso signifique que você vai se contentar com a contenção, a dor, a esperança, a solidão enfim, tudo o que acompanha uma relação que não existe.?
Difícil, né? Muito!
Mas tem que haver uma forma de viver a vida sem ter que realizar um amor.
Talvez elaborar o sentimento e tentar transforma-lo em outra coisa, por exemplo um amor fraterno (estou a beira do sarcasmo...rss), uma grande amizade, enfim qualquer outra coisa que não seja alguém que seja seu ideal, aquela pessoa que você procurou a vida toda e finalmente encontrou tarde demais......
Pois é! Assim é a vida para muitas pessoas, inclusive para mim, de tal forma que já me acostumei, não sei se isso é bom ou ruim, mas é assim que se apresenta no momento.
É um desgaste total porque ao mesmo tempo que você espera muito, sabe que não pode contar com nada, absolutamente nada. E tem vezes que até isso é jogado sobre você e você não pode revidar, nem se decepcionar, nem ficar magoada enfim, é como se toda a situação não existisse e no lugar ainda parece que está fazendo um favor de ter você por perto. Uau..... é terrível.
Todos sempre dizem que as pessoas tem a memória curta eu digo que é seletiva...rss. Porque se assim não fosse, não conseguiríamos conviver.
Esta relação inexistente é latente (quase uma rima), vai e volta, quando você acha que está curada alguma coisa acontece e você se pega novamente deixando-se embalar por ilusões, por esmolas de carinho que nem sabe ao certo porque lhe estão sendo dadas, talvez porque sempre exista uma relação de submisso e dominador nas relações, sejam elas quais forem. E no fim ninguém quer perder o domínio, a posse então quando sente que isso está meio descontrolado, dá algumas esmolas para que os sentimentos do outro se acalmem e tudo continue igual.
As vezes um outro processo acontece, no dia a dia, você acaba conhecendo melhor uma pessoa e acaba respeitando e olhando com olhos de ver o todo, então a relação que não existe acontece por admiração, respeito, confiança, carinho, pode haver ou não tesão, talvez essa parte fique a mais inexistente de todas, pois seria muito para pode lidar com isso também.
Tudo acaba ficando confuso, indistinto, não existente....sorrindo, porque ninguém dá conta desse tipo de relação.
Só que um dia você acorda, amadurece, se dá conta que as coisas são como são......e não há nada a ser feito ou então pode radicalizar e cortar todos os laços de uma vez, mas acho que isso é uma forma de suicídio, então esta possibilidade seria entre a morte e a morte....rsss
Ela só existiria se não houvesse mais nenhuma saída, porque as vezes você está exausta de recomeçar, de ter que provar quem você é, o que sabe, a sua competência, o que quer mesmo nesta hora é deitar e dormir e não acordar nunca mais, isso também é radical..
Então sobra a racionalização e a tentativa de que a coisa não desande por qualquer que seja a razão. E tem que se tentar de todas as formas pois normalmente muitas coisas estão envolvidas além de sentimentos e sensações.