Eu já imaginava isso. Bem que percebo o horror que causa minha presença entre convidados de uma festa: Todos se afastam, enojados com as pequeninas que dizem:
--Olá, gente boa!
--Como está passando, dona Arlinda? Só o seu nome é; suas axilas...Deus do céu!
Bactérias são fofas mas dizem o que pensam!
--Que é, sua metida? Afinal, ela se acha a rainha da cocada preta.
--Tem o rei na barriga!
--Pensando bem, nós estamos na barriga dela.
--...Sua convencida!
--Eu? Ela é que é metida
E as bactérias, em uníssono, batem panelinhas minúsculas:
--Fora, rainha da sucata!
--Metida a besta!
--Vai liberar geral aí ou vai ficar na azeitona?
Bactérias são ousadas. Estão em toda a parte, nas minhas, nas suas mãos, na sua...
--Porra, pára de safadeza.
--Até parece, Doderlein. Vem me falar de safadeza!
--Cada um no seu quadrado, enxerida!
--É. Ou no seu redondo.
--...Imunda!
E continua o panelaço nas minúsculas barbichas de molho do horroroso convidado, Doderlein. Para onde ele olha, involuntariamente os sorrisos cessam e bocas se remexem, em cochichos metódicos e sibilinos. Mesmo neles as minúsculas replicantes rebrilham nos alvos dentes da mocinha boazuda ou no sorriso refulgente do galã metido a galo.
--Senhor Doderlein?
--Eu mesmo.
--Verdade que o senhor...escreve micro-estórias...eróticas?
--Arlinda!!!! Que enxerida!!!
Há mais bacilos entre o c... e a terra do que sonha nossa vã infectologia.