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cronicas-->O Duto -- 17/07/2015 - 15:50 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Estou chegando a uma conclusão gravíssima e dessa conclusão dependem os próximos passos que irei tomar daqui para a frente e baseado nos últimos acontecimentos que vêm inflamando, além do ambiente político, minhas narinas e meus intestinos. Senão vejamos: Baseados em denúncias devidamente investigadas, sendo conduzidas por ações supostamente embasadas em ações legais cabíveis, possíveis de acontecerem em situações onde a legalidade democrática ainda o permite, há indícios de fraude em licitações por empresas envolvidas em negociatas de licitações e facilitações de trâmites burocráticos.

Propinoduto, gasoduto, eu penso que duto é esse que nos revela verdades mais que cruas?

Podroduto?

Essas investigações conduzem a tantos suspeitos que nada podemos fazer, tanta é a lama exposta. Há tal quantidade de matéria decomposta que até um já investigado e deposto ex-presidente tem seus carros lavados e apropriados pela investigação. Um ex-empresário famoso por seu apoio ao governo está mais quebrado que arroz de terceira; até já prepara quentinhas que eu devidamente esqueci ontem ao dar meu plantão.

O tal ex-presidente diz que se for condenado, leva muita gente para a cadeia. Ameaça uma investigação conduzida por um organismo que tem nas mãos o poder de investigar para o bem do Brasil; por outro lado, o Presidente da Cãmara também investigado agora diz que o governo não lhe quer e que o odeia; diz que vai romper com o governo mas, absolutamente, não está declarando guerra. Seus colegas dizem, é posição pessoal. Isso é com ele, nós estamos aqui, ele que se vire!

Tem um passarinho que se chama vira-bosta: O Brasil está parecendo um antro de vira-bostas, imerso até o pescoço num caudal de denúncias que não se acabam; todos são culpados? Todos se inocentam, a Polícia Federal é a culpada? Quem é a porra do culpado? Que é que dizem esses boçais, como dizem uns, ou esses aloprados, como diz outro? Quem é mesmo que está no poder? Sou eu? Eu? O poder emana mesmo do povo ou o que emana do povo todo é raiva, impotência, indiferença, leniência e talvez, gás metano?

Chego à triste conclusão que, se também contribuo, assim como os bovinos todos do Pantanal e da Floresta Amazônica cada vez mais decapitada para o efeito estufa mundial ( e portanto devo seguir mais à risca a dieta que evite meus incômodos gasosos), devo ter participação crucial no processo que ora desestabiliza as instituições democráticas desse país desorientado. Qual? Ora, O Brasil! Se o ex diz que vai levar muita gente para dentro da prisão, há que se criar meu espaço em cela; levarei alguns livros, talvez umas folhas de papel que dividirei com os mais aflitos companheiros meus que desejarem escrever aos seus que estiverem de fora; e a todo o pessoal que desorientado está, como eu, muita saudade.

Devo ser eu o culpado disso tudo. Quem me dera o Nirvana, a indiferença dos libertos-em-vida. Quem me dera. Não posso, todavia, me negar o sentimento de perplexidade; não posso ser mais um manso. Sou culpado de talvez não ser como são os bovinos que pastam em terras imensas e desarvoradas. Se eu for, vou levar todos vocês juntos, no coração.

Já me batem à porta. Olho para meus magros pulsos. O dia, médio. O sol, a pulso.

Deixem-me atender, que nunca mais eu volto.

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