O POVO NAS RUAS
O tempo passa, entra governante, sai governante e o povo brasileiro que luta pelos seus direitos tende a permanecer nas ruas. Antes o alvo foi FERNANDO COLLOR DE MELO, agora DILMA ROUSSEFF. Numa e noutra situação o povo tem suas razões para proceder assim, mas será que essas “razões” têm ficado bem claras?
No governo do presidente Collor o povo, sem exceção, foi às ruas para reclamar direitos usurpados em razão da corrupção praticada pelo presidente e seus aliados mais íntimos, sendo esse o principal motivo do pedido de impeachment e não havia um “muro popular” dividindo os militantes que eram da oposição (a favor) e nem quem era da situação (contra).
Agora, no governo da presidenta Dilma o povo está dividido e não consegue exercer o seu poder de decisão. Os motivos que levaram a presidenta Dilma a esse processo de impeachment são os mesmos motivos que poderão levar governadores e prefeitos em exercício em todo o Brasil que, por “necessidade”, tem praticado suas pedaladas fiscais.
No impeachment contra o Collor havia unanimidade popular, agora não. No impeachment anterior havia motivos claros. Agora, pelo que se tem conhecimento, os partidos da oposição têm obrigado boa parte de seus integrantes a votar a favor do processo de impeachment como se não houvesse mais outra oportunidade para voltar ao poder.
Agora, para justificar o processo de impeachment os partidos da oposição apelam até para a impopularidade da Presidenta e ameaçam de expulsão aqueles integrantes que, por razões pessoais ou por peso na consciência, decidirem votar contra o afastamento dela.
O circo já está montado e o povo tende a continuar nas ruas. Tudo indica que essa é uma viagem sem volta para a presidenta Dilma e sua turma. O Eduardo Cunha já foi afastado e a Operação Lava Jato corre o risco de ser abortada assim que o processo de impeachment der ganho de causa para a oposição.
O ex-presidente Lula e PT como partido estão com seus dias contados. A presidenta Dilma no poder, também. A oposição está desarticulada e confusa. Há um horizonte sombrio à frente do futuro dos partidos que brigam pela vitória partidária no processo de impeachment. A tendência é que nessa luta pelo poder lá no Planalto Central um partido engula o outro e o outro engula o um.
Os partidos de oposição têm um alvo principal na luta pela ocupação do poder: a retirada do PT (Partido dos Trabalhadores) do cenário da política partidária nacional. Os majoritários estão com seus líderes maiores meio comprometidos com a Justiça (STF). Os nanicos, sem ter em quem se encostar, na atual conjuntura, para encarar as próximas eleições, estão preocupados e assaz receosos em escolher suas futuras parcerias.
A ampulheta, mais conhecida como “relógio de areia”, que nada mais é que um aparelho utilizado para medir a fração de um tempo, já foi acionada. Os envolvidos no processo de impeachment se contorcem freneticamente. De um lado, o partido da situação (PT) e seus aliados brigam com toda a energia popular e política que ainda lhes resta. Do outro lado, os partidos da oposição, representados pelo PMDB, PSDB, PP, PSB, PSD, DEM, PR, PRB, PTB, PTB, SD, PSC, entre outros mais nanicos, fazem de tudo para que a presidenta Dilma não consiga governar e nem fazer algo que agrade o povo até o momento de sua eventual saída.
Até a saída dela o povo permanecerá nas ruas. E depois disso?
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