Não faz muito tempo eu vi numa bandeira brasileira o tipo de bandeira sofredora: o verde que não parecia verde, o amarelo dando a entender bandeira anêmica, raquítica, sem luz, triste, sem ânimo, sem vida, sem expressão. O globo azul mais morto do que vivo, a faixa atravessando que deveria representar o Rio Amazonas, o mais caudaloso do mundo, com manchas parecendo ter-lhe sido derramado algo com cheiro desagradável, um horror, que bandeira cheia de sujeira, cujo futuro é esse mesmo.
Não fiquei com pena dessa bandeira porque o povo, suposto cuidador, não quis ainda se politizar, acordar do sono enganoso preferindo continuar acreditando nas mentiras e promessas de políticos sem escrúpulos, cínicos, ladrões da nação nesse regime de "roubocracia" no dizer do poeta fortalezense Aloisio Bezerra.
Depois de olhar aquela bandeira surrada, sem qualquer sentimento de piedade, lembrei-me da razão de ter a mesma se avacalhado
com a revolução traidora como sempre tenho dito de 1964, que nos fez uma colonia não oficial dos Estados Unidos, que vem, fazendo de tudo pra transformar o Amazonas num segundo Alaska.
Aquela bandeira esfarrapada, suja, mal cuidada, é o retrato fiel do Brasil de hoje, sujo em moral política e administrativa, desligado de interesses urgentes do seu povo faminto, a agricultura abandonada sendo o Brasil "país essencialmente agrícola".
Eu acredito e tenho afirmado sempre que, justamente devido ao semvergonhismo político em que vivemos, o Brasil não tem condições morais, administrativas, religiosas, diplomáticas, finaceiras, para resolver os seus problemas, dependendo da condição internacional quando cairem as Bastilhas, o que acredito não durar muito.
É a queda dessas mundiais bastilhas que resolverá os problemas de todos os povos. Ajudemos, gente, a fazer a revolução cultural.
Paciência bandeira suja do Brasil.
Croniqueta de 1999
Autor Aldenor Jaime Alencar Benevides (Prof Benvides)
(*) Pacatuba-CE em 02.09.1909
(+) Juazeiro do Norte-CE em 31.01.2007
OBS- O Prof Benevides levou a sua excentricidade até na morte. O ultimo desejo do professor e filósofo foi que o travesseiro da sua cabeça na urna mortuária fosse duas RAPADURAS. O seu desejo foi satisfeito. Foi sepultado no Cemitério do Socorro em Juazeiro do Norte-CE. Faleceu aos 98 anos, deixando 20 livros escritos. (Testemunho do Dr NapoleãoTavares Neves. Médico e historiador. Barbalha-Ce.) |