VAMOS LÁ, BRASIL!
Ser representante do povo, atuando por meio da política partidária aqui no nosso país é igual a ser técnico e dirigente de futebol. Quando os times estão ganhando, desempenhando um bom trabalho durante as competições que disputam, os torcedores parabenizam os treinadores, a comissão técnica, os dirigentes, etc. Nesse caso em particular, a mídia, como sempre, dá seus pitacos, suas opiniões. No futebol, “as torcidas” sempre influenciam na obtenção dos resultados, na política partidária, também.
No campo de jogo, por vezes, mídia e torcida se fundem e culpam a arbitragem, sob a alegação de que ela favoreceu a este ou àquele time; na política partidária isso também ocorre com certa frequência.
Culpar alguém por algo feito em desacordo com a vontade do freguês/cliente faz parte do dia a dia da parte insatisfeita com o desempenho de quem está trabalhando, sobretudo quando determinado estabelecimento está sob nova direção.
A Presidência da República de agora está sob nova direção e acredito que ainda seja um pouco cedo para se fazer uma análise mais acurada acerca do desempenho do novo presidente.
Ele tem um longo caminho pela frente, em que pese a exiguidade de tempo que seu mandato tampão lhe proporcionará. Deixemo-lo, então, mexer nas regras atuais da previdência, na majoração ou criação de mais tributos, na privatização de mais empresas e serviços públicos, etc. Em suma, o homem precisa mostrar serviço e o bom senso recomenda que o deixemos trabalhar...
Nas atuais conversas de bastidores andam dizendo que o partido que esteve governando nosso país por mais de uma década morreu, acabou. Quem assim o vê não está errado na sua plenitude, pois tudo na vida tem seu prazo de atuação, validade. A própria vida do ser humano também é assim. Uns demoram um pouco, fazem sua história, outros apenas passam de relance e não produzem nada.
Outrossim, andam procurando um bode expiatório, um responsável direto pela morte desse partido. Num primeiro momento é possível atribuir essa responsabilidade aos seus próprios líderes, em razão de seus atos pouco recomendáveis para uma boa administração, acompanhados de esquemas de desvios de divisas do erário.
Um partido como esse, que esteve na plenitude do poder por mais de uma década, vê, de uma hora para outra, suas bases de sustentação partidária ruírem e é possível perceber que ele caiu no descrédito total perante a opinião pública há já algum tempo e as eleições municipais recém ocorridas deram seu recado.
É sabido que a roda gigante que comanda o poder político partidário nacional tem levado seus integrantes ao longo dos tempos a mudarem seus conceitos, por uma questão de sobrevivência institucional e a única forma de esse partido que acabou de sofrer esse revés nas urnas, renascer algum dia, seria se reinventando, admitindo seus erros, identificando e punindo, de verdade, os companheiros envolvidos com atos de corrupção e inconsistências administrativas.
A literatura política brasileira nos tem sugerido que durante todos esses anos de governo democrático, os partidos que fazem oposições àqueles que estão no poder deveriam ter foco no progresso e na justiça social, acima de tudo, no combate a corrupção, acreditando na consecução do progresso da nação através do trabalho, da competência e da união de esforços, mas não é isso que se tem visto nesses tempos de Brasil República.
O mundo da política partidária de hoje não tem mais lugar nessas teorias ultrapassadas com bases marxistas, e é possível que precisemos de uma oposição que tenha como referência regimes mais modernos e que seja liderada por jovens idealistas e não por políticos dinossauros impregnados pela lama da corrupção onde rastejaram por muitos anos.
Se por um lado há essa necessidade premente de nos reinventarmos, por outro lado sabemos que nós brasileiros temos o péssimo hábito de nos espelharmos em países de primeiro mundo, como se nós tivéssemos condições de, pelo menos, acompanhá-los de longe; se usarmos um pouco de bom senso veremos que nosso povo ainda carece de, pelo menos, uns 500 anos de desenvolvimento para chegarmos a entender que estamos engatinhando em tudo, pois somos um país continente incapaz de gerir os seus problemas fronteiriços, econômicos e estruturais internos, sem se desviar da rota.
Precisamos, também, acabar com essa máxima de que há ladrões no governo, se na verdade o que há são pessoas representantes do povo. Quem está lá no poder foi colocado direta ou indiretamente pelo voto popular, por meio de eleições previamente programadas e tende a procurar fazer o melhor pelo povo que o elegeu. E quanto ao que se espera do presidente ocupante do mandato-tampão, é claro que ainda é cedo para se fazer comparações, não obstante seu esforço e o de sua base aliada que ora tentam se camuflar de alguma forma para não serem notados pelo povo que continua de olho no seu desempenho.
Particularmente, na qualidade de bom patriota, torcerei para que ele consiga, pelo menos, se livrar da culpa de uma suposta omissão administrativa enquanto esteve à frente do governo anterior e se firme como representante mor desse atual governo, pois tanto no futebol, quanto na política partidária o “torcedor” (povo), assim como eu, vive de esperança no bom desempenho de seu time.
Vamos lá, Brasil!
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