A escrita domina o papel nas entrelinhas tentando ao mesmo tempo uni-las sem a menor pretensão, deixando mais ao cargo do leitor. Silenciosa, permite todos os abusos linguísticos sem queixas, além de ser excelente terapeuta no acolhimento de segredos. Não blasfema, pois ao deixar a vida, ganha a inércia. Nascem e morrem em seguida, sem direito a legítima defesa. A palavra ecoa e ganha espaços transformando-o leve ou denso, atinge ou não, revela levianamente ou não, é movimento podendo ser ida com volta ou ausência de resposta. Trabalhada ou não, torna-se flexível ou rígida, passeando por todos os ambientes audíveis ou é meticulosamente desenhada entre dedos e lábios para o inaudível alcançar e registrar o que deixou de existir na fonte.