No fim todo herói tem suas ilusões perdidas; Partimos do princípio que nossas almas são incorruptíveis e de que nossas naturezas são inflexíveis ao mal. O que seja esse mal, ninguém sabe, talvez seja um estado, uma permanência em algo obscuro e latente, uma não-existência. Todos os romancistas descrevem o mal como um mal necessário, mesmo que o bem seja uma parte não necessariamente presente nas mentes de quem os lê.
O romance nada alardeia que não seja a mais verdadeira das realidades. A Realidade supera a Ficção, sempre, em estado de pureza. Quando contemplamos uma gota, imaginamos o milagre que as cria, a evaporação como um mistério físico; o que então imaginar das complexidades absurdas que rondam nossas almas?
Parto da realidade para especular minhas vivências e depois sonho. Espero estar certo, porque eu vejo que muito do que nos aflige talvez seja decorrente desta desnecessária cisão que o ser humano coloca entre Natureza/Vida espiritual e Trabalho/Vida Real/Cotidiano.
Você também pensa assim? A vida real existe, ou apenas criamos uma metodologia para não enlouquecermos diante de nossos crachás?
O que é que mais importa, afinal?
Realidade?
Sua é a palavra.