Vieira cita o amor em um de seus famosos sermões, dizendo:
"Pintaram os antigos o amor menino, por não haver amor tão duradouro que chegue a ficar velho..."
Nesse sermão, ele fala de muitas coisas, como a efemeridade do sentimento humano. Diz, também, que os homens têm coração de cera.
Enfim, fala que o amor, na realidade, é coisa transitória, como passageira é a vida e os seres que aqui habitam.
Estou de pleno acordo com Vieira.
Aprendi, ao longo da existência, que o único sentimento que pode ultrapassar todas as barreiras é o amor de mãe... Nem o do filho se lhe faz comparação...
Afora isso, qualquer outro amor é "solúvel"... "vulnerável"... e sujeito a mudanças drásticas, se lhe for dado terreno fértil e apropriado.
Não tenho ilusões quanto a isso.
Mas resta, ainda, a felicidade de saber sobre o "amor em si mesmo"... Aquela sensação quase "tocável" de que tudo no universo conspira para o nosso bem e evolução.
Tenho a certeza de que isso é uma graça concedida a todos pelo Criador. Basta que estejamos maduros para tal prêmio - e certamente estaremos na hora devida - que ele virá naturalmente.
Creio, ainda, que o amor é uma Infinita Fonte, de onde provêm todos os sentimentos nobres: caridade, amizade, solidariedade, sinceridade... Estes que dão aos seres, que os possuem, a certeza de que, por aqui, nada é perene. Tudo não passa apenas de um aprendizado, do qual sairemos para uma escala mais avançada e com maiores recursos de "reciclarmos" o que, então, aprendemos.