ONDA MORALISTA
Nosso país vive momentos de constantes buscas da honestidade e da verdade nos homens do povo que estão em evidência, antes nunca vistos; nem por quem está vivo, muito menos por quem já morreu faz algum tempo.
O povo de agora não consegue acreditar que isso que ele está vivendo possa ser verdade. O povo de outrora, se estivesse aqui, vivo de carne e osso, de ouvidos e olhos abertos, quem sabe estaria muito surpreso com tudo isso.
As exigências e promessas de mudanças que estão para ocorrer em todos os setores da nossa sociedade político-partidária é de causar espanto. Quem era de confiança tempos atrás, hoje vive pisando em ovos, com a pulga atrás da orelha e, se quiser permanecer ativo, haverá de mudar.
As delações premiadas surpreendem a tudo e a todos. As revelações que são feitas por meio dessas pessoas instadas a fazê-lo por conta do benefício que a lei pertinente lhe concede, são assustadoras.
Hoje, esse cenário de surpresas advindas do histórico político-social dessas pessoas que antes eram vistas como seres incólumes, impolutos, ou coisa assim, é surpreendente, mas não surpreenderia tanto se os motivos que originaram esses fatos não tivessem vindo de amarrados em fardos ou de guardados em malas, em recintos reservados dessas mesmas pessoas.
Antes, esse cenário envolvendo a guarda de riqueza, ainda que de procedência meio suspeita, era mais fácil mantê-lo por algum tempo.
Hoje, nessa seara de buscas da honestidade e da verdade nos homens do povo que estão em evidência, é quase impossível, uma vez que tudo tende a acontecer em cenários menos protegidos, e/ou amarrados que o são por uma sequência infinita de cordas bambas.
E por falar em corda, ainda que bamba, veio à baila a necessidade de pedir para esse meu povo que ainda vive de esperanças, que continue acreditando que nem tudo está perdido.
É bem provável que tudo isso que estamos vendo acontecer possa ser de verdade, contudo, corremos o risco de apenas fazermos parte, como meros figurantes, do lançamento de um simples modismo político social e partidário, resultante de mais uma onda moralista, como muitas outras que já aconteceram ao longo dos tempos de Brasil Colônia, Império, República Nova, República Velha, etc., etc., etc.
Acorda, meu povo!
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