Estava caminhando pelos arredores da paróquia, quando me deparei com um grupo de mais ou menos vinte frequentadoras assíduas de minhas liturgias diárias. As cumprimentei e perguntei o porquê de tanto exercício físico quando poderiam facilmente adquirir a boa forma se fossem executar as tarefas domésticas diárias. Sim, isso mesmo. E me olharam com tamanho espanto. Comecei a enumerar a quantidade de serviços que poderiam fazer no ambiente doméstico o que lhes garantiria, a forma física tão desejada. E continuei, que o exercício físico que a língua desempenha, poderia ser colocado em prática com os fazeres domésticos. A expressão de todas foi uma enorme queixa, afirmando que as tarefas de casa, não proporcionaram a elas o convívio social. Retruquei, afirmando que elas praticavam a fofoca social, com sabatinas anti- Bidiónicas e, portanto, sem futuro. Sugeri a elas que poderiam exercitar, trabalhando na reforma da paróquia, além da faxina na casa paroquial. Ofereci todas as ferramentas necessárias a uma boa faxina e os EPI para que pudessem efetuar os trabalhos de reforma paroquial, enquanto as ofertas arrecadadas durante a liturgia Bidiónica teriam destino certo para o lar de idosos, sem que fosse preciso eu contratar mão de obra. Provei a elas que em um mês elas estariam em forma física apropriada, além de assegurar a elas que jamais morderiam a língua de tanto enredo da vida alheia. De início, as paroquianas ficaram com tremenda fúria de mim, um padre que sempre desejou que seus paroquianos vissem a vida além dos seus umbigos. Passado uma semana e lá estavam elas, todas com vestimentas de trabalhadores cristãos verdadeiros em prol do bem comum. Percebi então, que nem tudo está perdido, até para elas que vivem a adoração Bidiónica dos santos e santas, na versão delas. Não sei se por conta do período natalino, ou por conta da terapia de choque Bidiónica, o ambiente paroquial foi renovado com o silêncio, trabalho e oração.