O CANTO DA SEREIA
As sereias, segundo relatos registrados pela Mitologia Grega, eram representadas por seres com cabeça e busto de mulher, ora possuíam a forma de pássaros, ora a de peixes e eram capazes de atrair e encantar qualquer um que ouvisse o seu canto e, segundo a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela.
Transportando alguns detalhes dessa lenda antiga para o mundo de hoje, vemos que os candidatos da política partidária atuais têm semelhanças em comum com as sereias daquele mundo mitológico.
No afã de conseguir seus votos, seja como for, eles posam de bons moços, são bem-falantes, esboçam um ar de pessoas educadas e cultas; outros, nem tanto, são meio xucros, com aparência de bravos, falastrões, mas em ambas as situações, eles procuram dar os seus recados de forma convincente, tentando, assim, atrair os votos dos seus eleitores.
Tanto numa situação quanto na outra, eles usam o poder da persuasão e às vezes da força psicológica para passar seus recados em forma de promessas, que são muito semelhantes àquelas que outros já o fizeram no passado, e aos trancos e barrancos, atingiram seus objetivos pessoais e políticos que eram ser eleitos.
O eleitor, por sua vez, ávido por mudanças urgentes, pouco importando o preço que irá pagar, não atenta para o fato de que pode estar sendo atraído pelo canto da sereia, esse ser mitológico que atraía os marinheiros pelo seu canto e, à medida que eles se aproximavam o bastante para ouvir seu belíssimo som, descuidavam-se e naufragavam.
Sou um desses marinheiro que atraído pela necessidade de mudanças terá de escolher um dos candidatos em disputa; se por um lado vejo um candidato que é tido como um gestor sofrível quando de sua última atuação, por outro lado me deparo com um candidato sem experiência como gestor, por mais singela que ela tenha sido, que insiste em afirmar que irá governar para todos, indistintamente, um país com dimensões continentais como é o nosso.
Analisando os partidos que os representam, me deparo com outro dilema: o partido de um deles, apesar de já ter atuado como gestor em diversos setores, não foi feliz plenamente nas suas ações; o outro partido, menos atuante como gestor nos últimos tempos, aposta tudo no descontentamento de grande parte dos eleitores e tenta avançar a passos largos em busca do eldorado perdido, usando para tanto um discurso de cunho patriótico.
Voltando ao ser mitológico em análise, vemos que as sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade, já os partidos políticos que pleiteiam governar nossos país têm padrões díspares de tolerâncias para com as pessoas em geral e, em alguns casos, já tem um plano preestabelecido, sem conter as opções até então existentes, aderidas por fulano e/ou por beltrano.
Se no passado, com base nos relatos da lenda, os marinheiros eram sumariamente atraídos pelo canto das sereias, em nossos dias não é muito diferente: o dia a dia das campanhas eleitorais, intensas como o tem sido, tem levado o eleitor a decidir em quem votar, a qualquer preço, e a máxima da expressão "canto da sereia" que designa algo que tem grande poder de atração em que as pessoas caem sem resistência, tem sido largamente utilizada.
Infelizmente, nosso eleitor desesperado, sem muita esperança e sem boas opções de escolha, assim como eu, às vezes, tem sido utilizado como massa de manobra por parte do candidato que quer ocupar seu espaço no mundo atraente da política partidária e, inadvertidamente, esse eleitor acaba sendo “atraído” plenamente pelo canto das sereias modernas.
De uma maneira ou de outra, a vida do brasileiro que habita um dos quadrantes deste imenso país, seja ele do Norte, do Sul, do Leste e do Oeste, terá de seguir o seu curso, pois o segundo turno das eleições já se aproxima.
Vamos à luta!
Adaptação feita a texto contido no site https://pt.wikipedia.org/wiki/Sereia
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