Tenho pena das estrelas. Coitadas, andam tão esquecidas ultimamente. É só La Bundchen pra cá, Ana Hickman pra lá. Mas bajulação com as estrelas, no sentido original da palavra estrela, nada. Não que eu trocasse uma noitada com essas duas beldades por um bate-papo com a Alfa de Centauro, não sou tão voyer assim. Muito menos louco a esse ponto. Sinto apenas que as musas de antigamente sofreram uma aposentadoria forçada e estão recebendo apenas o salário mínimo do INSS.
Não existem mais os amantes das estrelas. Se existem, são os astrónomos. Mas desde quando astrónomo faz poesia pras suas concubinas? Você já leu alguma? Eu não. Os astrónomos são daquele tipo de amante cafa que transam, viram pro lado, dormem, saem de mansinho e nem ligam no outro dia. Flores então, nem pensar.
Quem gostava delas fica na televisão ou na net. Parece que perdeu o interesse, o encanto dos primeiros milênios de namoro. Pelo visto a globalização é mais danosa que nos deixar reféns dos hamburgers da McDonald s.
Quem sabe não chova por uns dois meses e a historinha do apagão seja pra valer. Talvez assim, na base do choque, reencontremos o prazer de sentir as estrelas em nossa volta.