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cronicas-->Ju ainda mora em minha casa -- 29/12/2001 - 13:56 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ju adora minha imaginação. Brinco com ela que vou escrever aqueles livros chatos denominados Bianca, Angélica, Julia. São histórias ridículas de amor. Fáceis de inventar. Dia desses, Ju e eu estávamos indo ao bar tomar um chope e em cada lugar em que passávamos eu prometia uma história para preencher os livros. Ela ria desesperadamente. Se víamos um homem bonito, então era história na certa!
Juciene é minha room mate, dividimos o apartamento. Nós sobramos no meio de tanta gente que foi embora lá de casa. E hoje até agradeço por terem ido. Ficamos só nós duas (e seu namorado Marcelo, que custa, mas de vez em quando dá o ar da graça). No final das contas ficam, no apartamento, duas almas bem parecidas.
Somos mesmo parecidas. Não ligamos para quase nada, cada um tem sua vida e vivemos bem assim. Não nos encontramos muito, é verdade, por isso não temos brigas. Contamos nossas desilusões, conversamos sobre trabalho e dividimos acessórios para colocar com as roupas.
Há meses atrás, ela disse que ia embora. No primeiro momento pensei: sobrei de novo. Vou ficar sozinha nesse apartamento. Depois pensei que ela deveria mesmo seguir seu caminho. Até que enfim achou alguém que a mereça. Porque é difícil achar. Ju é de fácil convivência, sempre alegre e pronta para ajudar. Marcelo não tem do que reclamar e eu também não. Só reclamo um pouco a saída, pois vou sentir saudades. Até penso na alegria que sinto ao ver que ela demora a achar um apartamento para comprar. Sei que isso não se faz, mas vou fazer o que?
Não sei quando Ju vai embora. Talvez demore três ou quatro meses. Por enquanto, vive no quarto ao lado com um sono de dar inveja, com sua mania de beber Martini comendo batata palha, morre de medo dos pesadelos voltarem, adora as charges que mostro pela Internet, briga com a televisão mais do que eu e gosta muito de praia.
Que meu apartamento continue como está por mais algum tempo e que, pelo menos antes do ano acabar, eu possa chegar em casa, cansada depois da viagem, e me deparar com as coisas da Ju pela mesa. Sei que ela estará dormindo. Vou tirar o livro devagar da sua mão, apagarei a luz e agradecerei por mais um dia em que me faz companhia no apartamento.

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