Usina de Letras
Usina de Letras
334 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62742 )
Cartas ( 21341)
Contos (13287)
Cordel (10462)
Crônicas (22561)
Discursos (3245)
Ensaios - (10531)
Erótico (13585)
Frases (51128)
Humor (20112)
Infantil (5540)
Infanto Juvenil (4863)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141061)
Redação (3339)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1964)
Textos Religiosos/Sermões (6293)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->DE VOLTA AO GAROTO -- 01/01/2002 - 09:02 (Ari de souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Era quase hora do almoço, voltava do campus pela rua que me havia acostumado a passar, um pouco pelo horto botànico, tanto muito porque era um local desabitado, dado aos muitos pássaros, onde podia-se caminhar por um bom tempo de olhos fechados.

_ Cala a boca, cala, eu já disse.

Pronto, estalou um tapa grosso na boca do garoto de cabelos loiros, caídos radialmente sobre as sombracelhas. Meus olhos foram abertos por um pavor sufocante, estava a planejar sonhos quando senti a presença do real cotidiano, moldado por sua hipocresia provinciana.

_ Cala!

Seguiu-se outros beliscões e tapas pela cara a fora. Se fosse um filme, neste momento a cena haveria de se congelar em P/B e o silêncio se faria oceano, na imensidão de dor sentida por aquele garoto. Não devia Ter mais que oito anos, calculo, e respondia aos maus tratos da mãe com uma enxurrada de pestes verbais. A mochila pesou-me sobre os ombros, sentia o amargo de ser humano. Apressei os passos imaginando que minha presença viesse a desmascarar algum constrangimento. Tudo inútil. O ombro parecia estar pisoteado, os nervos inflamando e escalando meu pescoço até badalar numa terrível dor de cabeça.

_ O quê?

Um golpe de dedos farfalhou o ar. O garoto batia forte seus pés, numa corrida onde o podium era algum lugar o mais distante possível de sua mãe. Triste. Corria.

_ Lá em casa tem, seu burro.

As palavras ameaçadoras tombaram meu corpo. Bati forte a cabeça no passeio. Algum tempo depois, acho que segundos, aquela mulher segurava-me os pulsos. Foi uma vertigem. Quando olhei seu rosto amarelo e desbotado, raso...
Recuei instintivamente, levantei, dois passos e comecei a correr. Não sei se corria da mulher, não sei se queria alcançar o garoto. Batia forte os pés no chão.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui