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cronicas-->O Peladão e a Velha Conservadora -- 18/01/2002 - 02:59 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ainda estou com a lembrança de quando morava com muitas pessoas ao mesmo tempo. E hoje, reencontrando uma delas, acabo lembrando de uma história que aconteceu logo quando vim morar no Rio de Janeiro.
Morava com cinco meninas, quase todas da mesma idade, a mais velha devia ter uns vinte anos. O apartamento não era muito pequeno, mas haviam apenas dois quartos. Pois bem. No final de semana, a vida virava pelo avesso, pois cada uma de nós, moradoras, tínhamos nossos amigos e parentes. Um dia, acho que era sexta feira, a casa encheu de gente. Talvez, oito ou nove meninas estavam lá dentro. Tínhamos uma janela enorme na sala e uma das visitantes estava olhando a vida passar, quando de repente soltou o grito: _ Tem um cara dançando pelado no prédio da frente! Todas nós fomos ver o que tínhamos acabado de ouvir e realmente era verdade. Um garoto, por volta dos seus dezoito anos, estava dançando nu em cima de uma cama que parecia ser dos seus pais. Na hora, pensei que ele iria morrer de vergonha quando visse que quase dez mulheres estavam olhando para ele, mas me enganei. O rapaz nos viu, saiu do quarto, foi até a varanda (ainda sem nada para cobrir o corpo) e começou a gritar: _ Me dá o número do telefone de vocês!!!! Todas nós ficamos pasmas e não demos o telefone, mas pedimos o dele. Entre gritos e mímicas, conseguimos o telefone do garoto e conversamos com ele. Para falar a verdade, ele queria fazer uma festinha com a gente, o que, cá entre nós, seria bastante ridículo. O caso é que depois que as bobagens de adolescentes passaram, nós esquecemos o tal peladão, mas ele, não esqueceu de nós.
Foi ao nosso prédio e fez uma pesquisa sobre as moradoras, arrumou até o telefone. Ligava sem parar, ficava enchendo o saco. Um dia estava caminhando na praia quando senti uma mão no meu ombro, era um sujeito que dizia ser o tal peladão. Perguntou se eu, ou qualquer uma das meninas, queriam sair com ele. Disse que tudo aquilo tinha sido apenas uma brincadeira, que era para ele esquecer. Mas não foi isso que aconteceu.
Por semanas, o cara ficava pelado na varanda, sempre na mesma hora. Não estávamos aguentando mais aquilo. A nossa janela ficava perto da tv e da mesa de jantar, era impossível fazer alguma coisa sem dar de cara com o pelado. Os dias foram passando mas meu medo não, pois estava chegando o dia em que meus pais iriam me visitar. Estava nervosa com a idéia do meu pai ficar assistindo tv e ao mesmo tempo ter que olhar para o tal cara.
Uma semana depois, fui acordada com a seguinte frase: _ Já sei como acabar com essa bobagem toda. O peladão vai rodar! O plano era bom, gostei muito da idéia e todas as meninas concordaram.
Exatamente embaixo do nosso apartamento vivia uma velhinha conservadora. Mandava ver com a vassoura no teto para que parássemos de dançar, cantar ou rir. Gritava na janela que nós éramos indecentes e coisa e tal. O plano era simples. Três meninas chamariam a atenção do peladão para que esse fizesse o melhor striptease já visto no Rio de Janeiro e duas iriam na casa da velhinha e fariam com que ela visse a "pornografia". Tudo aconteceu como planejamos. O nu apareceu, e eu, junto com a dona do plano, fomos até a casa da velha com a desculpa de uma pesquisa qualquer. Quando entrei no apartamento, dei de cara com a janela e com a dança do homem pelado. Sem hesitar, e na maior falsidade, soltei o grito: _ Olha que depravado! Dançando nu na varanda! A velhinha colocou os óculos, olhou bem para a "foto" e me disse: _ Minha filha, por acaso você é sapatão? Eu, na sua idade, estaria achando isso lindo! Caímos no sofá da velha de tanto rir.

Semanas depois o garoto nu arrumou uma namorada. Esqueceu a varanda, streptease e tudo mais. A velha passou anos olhando estranho para mim e eu? Dia desses, encontrei o peladão em uma festa e preciso dizer: _ Ele estava muito bem vestido!
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