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cronicas-->Solange e seu Curta Metragem -- 18/01/2002 - 19:39 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lembro que, quando tinha vontade de ser cineasta, ficava com vários roteiros na cabeça e hoje, por estar fazendo as compras da casa, me recordo de um.
Perto do meu antigo apartamento tinha um mercadinho de frutas e legumes que eu visitava todos os dias. Duas meninas trabalhavam como caixa. Solange e Renata eram os nomes. Eram as pessoas mais intrigantes que conheci. Não sorriam nunca, maltratavam todas as pessoas que passavam (principalmente, jogando os ovos, que eu tinha acabado de comprar, com força para dentro da sacola). Já presenciei brigas de consumidores por lá e por ai vai. Não entendia como não perdiam o emprego. Primeiro achei que eram donas do lugar, e depois descobri que não,eram funcionárias. Eu levava cada patada delas!Fiicava com uma raiva tremenda. Mas o mercado era bom, preços baixos e ao lado da minha casa. Um dia resolvi inventar um curta-metragem sobre as duas. Era algo bobo, sobre uma pessoa que, depois de ser muito humilhada no mercado, pagava o que tinha consumido com balas... balas de revólver. Mas logo tirei tudo isso da cabeça, pois ninguém iria financiar meu delírio. Claro que nunca quis matar nenhuma delas, mas que tinha vontade de dar uns bons tapas na cara das duas, tinha! Mas eu era muito bobinha, deixava todo mundo fazer o que quisesse comigo e a vida ficou por isso mesmo.
O mercadinho fechou (Será por que???), e nunca mais vi aquelas duas almas.
Ontem, fui comprar pão em uma padaria distante da minha casa. Quem estava no caixa? Sim! Solange, uma das meninas do antigo mercado. Fiquei gelada de medo. Pensei que iria ser maltratada de novo. veio até aquele friozinho na barriga. A mulher não me reconheceu, pegou minhas coisas (até que estava delicada), e disse o preço para que eu pagasse. Então, não resisti. Disse a ela onde morava, contei sobre o mercadinho e perguntei se ela lembrava de mim. Solange olhou bem para minha cara e disse: _ Sim,lembro sim. Você acha que iria esquecer essa sua cara de caipira?!!! Voltei ao tempo de boba, juntei minhas coisas, vim embora. Mas não conseguia parar de rir na rua, de tanto nervoso. Ela não mudou nada e nem eu! Que história é essa? Mudei sim! Voltei à padaria, entrei na fila de novo, olhei para a cara dela e disse: _ Olha, a sua sorte é que deixei minha imaginação em casa, porque se eu tivesse trazido, você poderia estar morta numa hora dessas. Solange não entendeu nada, mas meu sonho de cineasta entendeu direitinho.

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