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cronicas-->A Professora de Boteco -- 19/01/2002 - 20:30 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma amiga me manda um e-mail dizendo que resolvi preencher as linhas no Usina com todos os desafetos ou angústias que tive. Talvez ela esteja certa. E,lembrando disso, tive um sonho esquisito essa noite.
Nos dois primeiros anos de Universidade, tive a mesma professora de Redação Jornalista. A mulher não ia com a minha cara e muito menos com meus textos.Perdia a paciência, tentando agradá-la. A tal mulher conseguiu me tirar do sério, logo no primeiro período, ao dizer que meus textos poderiam estar na relação de "jornalismo de boteco". No começo ainda tentava conversar, ou mudar as coisas. Com o passar do tempo, não quis mais saber de conversa. Fazia cara feia e nem olhava para ela nas aulas.
Sim,era malvada com a maioria dos alunos, mas exagerava comigo. Chegava em casa arrasada. Queria mudar de horário, faculdade, cidade ou país. No entanto, fiz o possível para me segurar.
Um dia, a dita cuja explodiu com outra aluna. Disse que, se ela continuasse escrevendo daquela forma horrorosa, não seria mais do que uma mera vendedora ambulante. A confusão se formou. Um cara levantou e disse que a mãe dele era uma vendedora e que pagava a faculdade, e consequentemente, o salário da professora. Foi um bate boca total.
Ninguém, por mais "influenciável", dentro da faculdade, conseguia tirar a mulher. Mandávamos relatórios, reclamávamos até dizer chega e nada foi feito.
No segundo ano descobri o modo de convencê-la a gostar dos meus textos. Fiz uma longa pesquisa sobre os assuntos que era de seu interesse, das formas gramaticais, comprei os livros que admirava e consegui passar (raspando), em sua matéria.
Mudei de turno e de professora. Adorava a nova e tinha boas notas. Com isso, voltei a ter prazer em escrever nas aulas de Redação Jornalística.
Ontem tive um sonho muito nítido. Estava abrindo minha caixa de e-mails e havia um, em especial, vindo da tal professora. Ao abri-lo, pude ler com atenção a seguinte frase: Ingrid, você continua passando ao mundo seu "jornalismo de boteco". Acordei assustada, suando frio e não consegui mais dormir.
Pensando nisso, percebo que não preciso de aprovação da tal professora. Hoje não estou em nenhuma sala de aula. Mas, confesso que, as vezes, penso no que ela acharia se estivesse lendo o que escrevo. Talvez estivesse rindo da minha cara, mostrando aos novos (coitados) alunos a minha forma "errada" de fazer um texto. Mas se, por acaso, um dia, receber um e-mail dela, vou chamá-la para ir a um boteco e de jornalista para jornalista, conversaremos sobre como a vida é feita de textos simples.

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