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cronicas-->VOCÊ NÃO É UM RASCUNHO -- 04/04/2002 - 21:28 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Estou com a macaca! Anuncia minha mãe. _ Hoje vou desvendar todos seus medos de adolescente. Fico apavorada. Pois não tenho nenhuma idéia do que ela está falando.
Dona Maria Julia resolve botar para fora minhas coisas velhas e amontoadas no armário. Coloca tudo na mesa da cozinha.
Falo logo que não estou disposta a tantas lembranças, mas ela nem me dá bola. Começa lendo cartas que recebi que, diga-se de passagem, me fazem deitar no chão de tanto rir. Mais um pouco ela vai até minhas agendas e lê todos os meus casos de criança. Morre de rir das frases escritas nos livros, coisa que se arrepende, pois percebe logo que eu não prestava muita atenção em algumas aulas.
Resolvo levantar do chão e compartilhar com minha mãe o que deveria deixar para trás. Para quê?

Em 1992 comprei uma agenda e fiz dela um exercício diário. Para cada dia do ano, deveria escrever um texto. Por causa disso, nessa agenda tem 365 poesias. Sim! Poesias. Eu quase não escrevo poesias e lá estão todas elas olhando para mim.
Mesmo com toda bondade do mundo, minha mãe não consegue me convencer a gostar de nenhuma. Todas as poesias são exatamente o que odeio: Melosas. Com títulos como: Amor, Um Carinho Seu (se mata!), Me Perdoe.

Minha mãe tenta se conter ao ler algumas, mas no final, não aguenta. Tem um ataque de riso e fecha a agenda.
Fico minutos lendo aquilo com raiva, tentando achar um texto que possa prestar. No entanto, é em vão. Agora fecho o caderno também.

Uma hora depois do acontecido recebo um presente da minha mãe. Uma agenda nova, desse ano. Dentro, além de escrever que o objetivo do presente é uma nova coleção de textos, também contém uma frase que fecha toda a situação vivida nessa tarde.
"Minha filha, quero que saiba que você não é e nem nunca será um rascunho na minha vida".

E agradeço todos os dias por isso
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