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cronicas-->cronicas DO MATRIMÓNIO - Radio Patroa -- 29/04/2002 - 20:30 (Bruno Freitas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Existem certos assuntos que são proibidos ao sexo feminino, tais como a bunda da vizinha, a gatinha da esquina, e assim por diante... É bom passear com os olhos diante tantas beldades, e não que sua companheira seja tão feia assim... Ela é linda, assim como todas as outras, mas ela vai além de todas as outras, ela é especial, amiga e companheira, como o próprio nome já diz. Ela é a sua mulher, aquela que o compreende como ninguém, e aceita com todos aqueles defeitos... Quais? Sei lá... Jamais percebi...

Mais uma razão para as mulheres serem poupadas das conversas machistas de boteco. Com a mãe não se meche, mulher menos ainda... Então fica assim... Falemos da vizinha...

Conversa de homem, mulher não mete a colher, nem a orelha, e quanto mais longe estiver, melhor. As conversas de boteco nunca são as mesmas, com as respectivas companheiras a tira colo. Se algum homem lhe disser que nas rodas de bar, jamais se falam de bundas, peitolas, boquinhas, e bocetas... Então minha cara... Esse homem não é chegado, ou mente um pouco.

_ Nada como visualizar perfeitamente a bunda da vizinha, ao alcance do tapa.
_ Danaaaaadaaaa!!!!
_ Gostooosaaa!!!
_ HUUUMMMMM!!!

Uma boa e machista conversa de bar é recheada de onomatopéias e adjetivos exacerbando os atributos físicos do futuro enredo de punheta.

Tudo devidamente escondido das mulheres, sendo expressamente proibido a reprodução do conteúdo da conversa, por qualquer uma das partes envolvidas. E mesmo se por acaso a Radio Patroa de algum amigo seu aparecer no bar e lhe perguntar:

_ Sobre o que era essa conversa mesmo?

Você desconverse e diga que não foi nada, e já nem se lembrava mais....

_ Sei lá?

Cause muita confusão com suas respostas, contradizendo a todo momento o que já disse antes... Fantasmas existem... Sabia?

E se por acaso, seu amigo se enrascar com sua companheira num postinho de gasolina, as três da manhã. Pois, bem no momento em que ele ia aceitar sua proposta de terminar a noite numa bela cervejada no postinho 24 horas, foi quando sua mulher valtara do banheiro bem em tempo de ainda escutar:

_ Beleza!!! Vou dispensar ela em casa e volto pra cá...

E se nessa enrascada, ele estiver a mais de meia hora, dentro do carro, de garganta seca, e orelha inchada, escutando a companheira falar:

_ É assim que você vai fazer comigo é? Vai me trocar por um bando de macho? Me deixar em casa pra voltar pra cá? Fazer o quê? Vocês vão pro puteiro? Vai me deixar assim? Depois, quando enjoar, você vai dispensar? Por que eu não posso ficar junto? Por que tem que me levar em casa, pra voltar? Hein? Vão fazer o quê? Se fora assim, eu vou sair sozinha também? Quer saber de uma coisa? Me deixa de volta na boate. Que eu volto de táxi pra casa. Você vai ver só... Me dispensar... Quem você ta pensando que é? Vai me dispensar assim? Me largar em casa, e voltar pra cá? Ficar bebendo cerveja aqui, ou no puteiro? Se não vai pro puteiro... Por que eu não posso ir junto? Vai ver é que vão fazer sacanagem, né? Me trocar por um bando de homem? Você ta me achando com cara de quê? Ta pensando que eu sou otária? Vou sair sozinha também... Vou pro clube das mulheres com minha amiga... Você vai ver só...

Jamais passe devagarzinho com o carro ao lado do carro dos dois... Pois, coitado de seu amigo... A última coisa que ele precisa é do olhar de compreensão dos amigos e colegas. Porém, jamais, e eu digo nunca mesmo, pois, não têm noção da gravidade da situação, e os riscos causados por ela... Jamais passem vagarosamente ao lado dos dois pombinhos em crise, jamais buzine, e jamais, sobre todas as coisas, jamais façam piadinhas com o camarada. Pois, ele pode ficar na mesma posição até o amanhecer, tentando converter a situação e convencer a Radio Patroa que tudo não passara de uma boa brincadeira dos amigos sacanas... Eu digo e repito, jamais brinquem numa hora dessas...

Foi quando Mario e Osmar passaram vagarosamente ao lado do colega, enrascado com a companheira, e buzinaram três vezes, para comprovarem a certeza de terem sido reconhecidos. Abriram a janela e gritaram pra fora:

_ Olha Afonso! Vamos buzinar três vezes... Viu?



Leia também em cronicas DO MATRIMÓNIO: Oh! Marido Infiel e Terrorismo Psicológico



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