Naquele dia cheguei em casa aborrecido, com cara de pouco amigo. Irritara-me um bate-boca com um juiz; o arbítrio desnecessário, o preciosismo protocolar.
Encontrei Henrique brincando, só, junto à pequena mesa que integrava o conjunto da sala de visitas. Tinha uns três anos, se muito. Sobre a pequena mesa os xodós da mãe; inúmeras peças de cristal. Previ o inevitável.
Subi as escadas aos pulos, em busca de um chuveiro onde refrescar a cabeça. Não sem antes recomendar a Henrique que não mexesse nos amores da mãe.
Minutos depois, ouvi o som de vidro quebrando...
- Henriiiiiiqueeeee!!!!!!!!!!!! - gritei.
- Nada não, painho, é mentira do barulho!!! - repondeu com firmeza.
Desejei ser criança novamente, e fiz explodir a gargalhada inevitável.