Em verdade vos digo do cristo ao qual nos damos apenas como cordeiros semi-mortos, diante de violentações tantas ao deus-maior de nós mesmos, em autêntico ato de imolação, e sangue.
Desse mesmo ato de sangue que nos lava o caminho, brotamos purificados no cristo, em cristo, pelo cristo que nasce-morre-ressuscita minuto a minuto, pois, cada páscoa nada mais é que várias.
Porque qualquer tempo se concretiza em decepções ou crenças, ressurreições após mortes gradativas, suscitadas por desgastes e corrosões repentinas.
Toda morte não é uma morte, porém, espécie de transcendência que se desenrola por caminhos cruzados, com perspectiva de retorno sem dia certo, mas definitivo.
Decerto uma encruzilhada se diversifica em continuações a serem devastadas com mãos vazias, condizentes com puros prpósitos deentrega e rosto doado ao beijo traiçoeiro do judas.
Por simples atos de amor, caminhamos carregados de cruzes, despreparados da força do cristo que nascerá ao certo, para morrer e renascer depois pleno de essências, sem chance de queda, porém, caído pela multidão de distàncias entre alturas diversas.
Sabemos, então, de cruzes, senão da cruz maior que é ser a própria existência, e nos crucificamos quando não nos crucificam, na certeza de que, por certas noções de ressurreição ainda caminham as gentes, pouco e pouco, em meio a passos de fé, e cada rastro é vitória sobre as mortes, mesmo porque existimos integros, purificados, braços abertos ante a vida.