Sim, eu fui aquele que realmente tentou apagar a fogueira das vaidades. Busquei a humildade, franciscanei pelo mundo afora, abaixando-me até os pés, sendo objeto de gozação daquele bando de "amigos"...
Por causa disso, realmente, deitei-me no ninho das serpentes e fiquei vigiado pelo olho do furacão, mas, mesmo assim, mantive a coragem de viver.
A fada madrinha, de passagem, entregou-me a varinha de condão e, para não decepcioná-la, ensaiei uma ou duas mágicas para alguns meninos de rua, na tentativa de fazer suas vontades e realizar seus sonhos...
Busquei pelos subúrbios de ruas tortuosas e sujas a galinha dos ovos de ouro, mas ninguém sabia jamais o seu paradeiro..
Quis, ainda, descobri, o que é que a baiana tem e, porque não, as coisas do seu tabuleiro: vatapá, caruru, acarajé, abará, dendê, pimenta, castanha de caju...e, as mandingas que o Caymi nem ousar desvendar...
Procurei, em vão, descobrir a verdade escondida na menina dos olhos, aqueles olhos sem cor definida, furta-cor, talvez.
Andei num galope a beira mar, sincopado, procurando o dia branco, o arco-iris, o fogo fátuo, o segundo mundo, as cabalas, as mandalas, os oxalás, os querubins, as sereias, os deuses de todas as mitologias.
Mas, na minha busca incenssante, no anseio de conhecer e chegar além dos limites, esqueci-me de encontrar-ne a mim mesmo...