Sozinha. Uma velha pensão no centro da cidade. O quarto tem duas camas, posso escolher onde vou dormir. Lá fora a cidade respira. O dia cede lugar à noite, e esta vem fria trazendo consigo um monte de recordações. Lembranças do futuro. Expectativas do passado. uma vida nova está parada em minha frente. olha-me fixamente,sem nenhuma expressão. Não me convida nem me despensa. Apenas está ali. Meus anos de rotina perguntam-me indignados porque não sigo com essa estranha. Mas minha memória lateja o medo de mudanças. É doloroso romper hábitos. E apenas olho pra ela. Espero o aval do destino, ele decide por mim. De qualquer forma, tenho em mim uma certeza: cedendo ou não,continuarei sozinha, como agora neste quarto de pensão.