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cronicas-->A PRÓPRIA PINTURA -- 24/07/2002 - 20:47 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O calor continua invadindo minha sala. Estou prostrada em frente ao computador e sinto que meu corpo ainda não se acostumou com essa temperatura. Queria abandonar a mente e ficar quieta, ao sabor da corrente, sonhando com a estação. Só que não consigo fazer isso. A mente me impede de não fazer nada. Não dá. E mais uma vez, estou aqui, lutando com as palavras, que teimam em cair no lugar errado. E simplesmente não sei o que escrever.
Ou melhor. Sei que há pouco estava no telefone com minha tia Maria Célia. Acreditem ou não, mas Maria Célia tem um Dom que foge de qualquer sentimento ruim. Ela pinta como ninguém. Um único retrato ou uma grande paisagem saem de suas mãos como o suor que continua caindo das minhas. Ela desenha e seu jeito para a arte vai enchendo a alma e permitindo que a mente viaje por momentos e acontecimentos há muitos guardados, quase um feitiço.
Em meu quarto há uma pintura da Célia. São sapatilhas de ponta, o balé anunciado. Um dos meus grandes sonhos era o balé. E hoje acordo olhando para o passado com a melhor das intenções, pois o quadro sorri para mim nas manhãs. Não só o quadro, devo dizer. Minha tia sorri para mim, sorri para a vida e contempla todos os seus dias como se fossem o último. E me agrada tê-la por perto.
Quando era pequena, me lembro que não entendia por tia Maria Célia não tinha uma menina. Ficava pensando que ela merecia, sempre mereceu. Hoje, penso diferente. Sei que os meninos que ela tem, regam seu coração, sem deixar que nada mais a preocupe. Então, a menina sonhada ficou no passado, no meu passado. De certa forma, penso que fui muitas vezes sua menina. Para mim, pelo menos, era gratificante estar com ela. Hoje as coisas mudaram. Quero ser, além de filha adotiva, a amiga.
"A alegria é o termómetro do amor". Minha tia sempre disse isso. E é verdade. A alegria está junto dela todos os dias e em mim também, é preciso saber. Acordo e durmo feliz por esses dias. E mesmo que esse imenso calor esteja presente, penso nela. Imagino que esteja em seu escritório, pintando o quadro desejado. E o calor que ela sente não é o mesmo que o meu. É o calor da renovação, o calor de alguém que, enfim, está vivendo a própria vida.
12-07-00
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