No nosso itinerário existencial, por força da condição mortal do ser humano, vamos encontrando cruzes pelo caminho. Deixam-nos, como iremos deixar um dia, os amigos cuja hora final da missão terrena chegou. E vamos nós pranteando aquelas figuras que, por um certo período da lida da vida, compartilharam momentos que recordamos com uma saudade aguda que, no dizer inexorável de José Américo de Almeida, é a única saudade que não conhece as promessas do tempo.
As considerações feitas acima me acodem por conta do desaparecimento, na segunda-feira que passou, de Orlando Francisco Laprovítera.
Orlando, para os que não o conheceram, foi durante anos o distribuidor do forum trabalhista de nossa capital, trabalho que executava com zêlo e conhecimento.
Privei da sua amizade por havermos trabalhado juntos.
Lembro-me do seu jeito alegre e exuberante de falar r e abraçar os amigos, vindo talvez da sua origem italiana.
Gostava de falar de pratos saborosos, da boa pasta italiana que a sua Nancy sabia tão bem preparar.
Dava gosto vê-lo comentando suas viagens à bela Itália, com entusiasmo, descendo a minúcias, caprichando nos detalhes e, naturalmente, gesticulando enfáticamente com as mãos.
Não pude vê-lo no dia do velório nem do féretro, mas ergui minhas preces ao criador para agsalhar em seu seio o nosso bom Orlando, que agora recordo e deixo estas pinceladas de saudade para a família e para os amigos sobreviventes.