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cronicas-->E Agora? -- 08/08/2002 - 00:13 (Abilio Terra Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
E Agora?

Abilio Terra Junior

Pedro telefonou para Cecília: queria se encontrar com ela e resolver aquela situação. Há meses, ou melhor, anos, vivia uma situação que a ele parecia insolúvel.
Mal se encontravam, devido aos horários tão diversos, ele era enfermeiro e ela burocrata do governo. Muitas vezes ele trabalhava à noite e dormia durante o dia. Cada um em sua rotina estafante.
O dinheiro, cada vez mais curto, ela não via aumento de salário há oito anos (odiava o governo) e ele, tinha uns aumentos dosados, que não acompanhavam a inflação. Logo, o "aperto dos cintos" dominava os seus hábitos. Sempre pensava muitas vezes antes de comprar, fosse o que fosse. Quando iam ao supermercado, juntos ou separados, faziam contas e mais contas, dosando as compras com um controle meticuloso.
A filha e o filho, pequenos, estudavam em escolas públicas, pois as particulares eram muito caras para eles. O aluguel do apartamento estava mais ou menos estabilizado, devido à crise também nesse setor (afinal de contas, qual o setor que não estava em crise? - com exceção dos bancos, naturalmente...), mas, ainda assim, a imobiliária tentava lhes impingir uns aumentos, baseados nos índices inflacionários... se não ficassem espertos... "dançariam"...
Tudo estava ficando cada vez mais difícil, a violência a cada dia mais próxima, um dia era um vizinho, outro dia um parente que sucubiam ou ficavam feridos pelos bandidos organizados e bem armados que proliferavam, enquanto a polícia não conseguia dar a proteção de que necessitavam.
Mal podiam se divertir, ir onde? As vezes, assistiam a um filme, mas até isso estava ficando caro... Aquela tensão se refletia no seu relacionamento e muitas vezes explodia em uma violenta discussão.
Era uma pena, pois casara com tantas esperanças de uma vida a dois com muito amor e carinho.... seria um romàntico (numa época como essa!)? Talvez fosse ingênuo demais, ou até mesmo tolo. Acreditava demais nas pessoas e percebia as circunstàncias com um excesso de otimismo. Seria isso? - pensava consigo mesmo.
Cecília, por sua vez, era muito prática, bem mais que ele, na verdade. Via tudo com muita objetividade e possuía uma noção de valores muito mais atualizada do que ele. Isso muitas vezes lhes provocavam certos impasses no relacionamento. Ele dizia algo sonhadoramente, e sorria, buscando um sorriso companheiro na face dela, mas logo desistia das suas intenções, ao ver que ela cortava logo o assunto, entrava com um assunto do dia-a-dia, ou olhava displicentemente para outro lado.
Ela atendeu ao seu telefonema, ele lhe explicou que precisavam conversar, os problemas estavam se acumulando! Ela respondeu com rispidez que nada tinha a falar com ele agora, estava cheia de problemas no trabalho, o chefe a estava chamando nesse momento, e que ele não esquecesse das compras, tinha deixado uma lista em cima da mesa da sala! Ele ficou mudo: não era que deixara a "bendita" lista em casa! E agora? Como faria as compras? E agora?




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