A inspiração, de repente, fechou para balanço. A usina das letras deixou de fabricá-las e eu fiquei gravitando em torno do mesmo assunto, em torn de mim mesmo, como se o mundo, subitamente, virasse um beco estreito e sem saída. Os pensamentos se enroscaram numa incursão introspectiva, subjetiva e sem nexo.
Os atrativos exteriores perderam sua objetividade e os leitores nada têm a ver com querelas e queixumes íntimos, que só hão de interessar a mim mesmo.
Já tem acontecido isto.Sou atingido por algum petardo desses que a vida dispara contra a gente, num momento qualquer, quando a gente está despreparado, deixando-nos atordoado. Precisamos de um esforço redobrado para suplantá-lo e canalizamos as nossas forças nquele desiderato e, ao que parece, a inspiração vai junto no torvelinho e no atropelo das emoções...É preciso um tempo para a recuperação. Com certeza, ela voltará, basta um aceno de algum sonho bom, alguma esperança tenra, algum sentimento nobre que tenha sobrado da grande estiagem que se instalou em mim.