Semana passada, pedi ao meu pai para não ir trabalhar e ficar comigo. Sei que é uma desculpa estranha para dar aos funcionários, apesar de meu pai ser dono do próprio negócio. Mas acredito piamente que um dia ele irá matar serviço para ver um futebol à tarde comigo.
Não gosto de faltar ao emprego, porém, todas as vezes que isso acontece, os motivos são diferentes de todas as pessoas. A última vez estava pronta, bem preparada para cruzar a ponte, quando recebi um livro pelo correio. Não tive duvidas, liguei para meu chefe e disse que precisava fazer algo muito importante e que no final de semana trabalharia com o maior prazer. No mês passado, queria muito ver meu afilhado que esteve longe por um tempo. Deixei tudo pela metade e corri para casa dele.
Sou acostumada a fazer o mandam, apesar de não gostar muito de receber ordens e tenho a sorte de poder tirar (e compensar depois) folgas para "sentir a vida", como descreve sempre uma amiga.
Da mesma forma, estou faltando ao trabalho do Usina. Durante o mês de agosto encontrei outro lugar para deixar meus textos: em papéis rabiscados. Não por falta de oportunidade ou tempo, mas por não estar plenamente satisfeita com o resultado. "Meus chefes" reclamam, via mail, pedindo esforço e coragem.
Nesse mês de setembro continuo de folga, ainda remoendo textos velhos. Estou "sentindo a vida". Mas volto, talvez no próximo mês.
O desejo da presença do meu pai é de amor e ele reconhece. Os mails que recebo também são. E estou aqui para agradece-los.
Quem sabe a próxima crónica será sobre uma bela tarde de segunda feira, onde a filha encosta a cabeça no peito do pai. Ela sorri ao perceber que as únicas contas do dia que ele fará, serão de beijos acalentados por um amor incondicional.
Até um outro dia...