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cronicas-->Era dia de samba na varanda... -- 22/11/2002 - 21:17 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sábado. Horário entre 2 e 3 da tarde. O sol, acompanhado de uma agradável brisa, saudava as pessoas que chegavam na tranquila Rua Arnaldo Cintra, mais precisamente na minha casa. Os seus destinos? A varanda. O que iam fazer lá? Samba! Isso mesmo! Numa varanda de mais ou menos 10 metros quadrados, onde os amigos do bairro, moradores da região do Largo do Maranhão (famosa praça do bairro do Tatuapé, imortalizada por nós), se apertavam nos encontros de todas as tardes de sábado.
Era dia de ovacionar a Velha Guarda da Portela, Mangueira, Estácio e a saudosa Serrinha. Melodias ao som do violão, que levava ao choro o precioso cavaco. Era dia de vibrar com as paradas do repique, com as batidas do pandeiro, sem perder o ritmo da percussão. Eram cantadas - com a alma - canções de Candeia, Paulinho da Viola, Cartola, Monarco, Dna Ivone Lara, Chico Santana, Argemiro, Wilson Moreira, Nei Lopes... Nelson Cavaquinho... Elton Medeiros... E por ai vai...
Era dia de confraternizar com os amigos: Cacá, Jano, Zovão, Baby, Nelore, Cirilo, Pelé, Denílson, Buião, Edmar, Mauro, Genivaldo, Jair, entre tantos outros que completavam a roda. Era dia da famosa cachaça, que se transformava em "lisa", justamente por ser tomada pura. Ela descia queimando a garganta, incendiando o àmago dos sambistas, que vibravam ao som de "serrinha custa mas vem". Sem contar as cervejas que suavam pelos copos e o frango, assado no boteco da esquina, que estraçalhavam com as mãos. Enfim, era dia de festa!
Era também dia de versar, improvisar, de cantar partido alto. Dia de samba dolente, de samba de terreiro, de samba de breque e até de samba quadrado. Era dia de samba! Era dia de felicidade, dia de amizade. Dia pra esquecer dos seus problemas, para ouvir os problemas dos amigos. Era dia de cantar, extrapolar, sorrir e até chorar. Chorar de emoção, de comoção. Simplesmente pelo fato de um samba tocar no coração. Era assim os sábados à tarde. Era assim. É verdade.
E durante alguns anos o samba se hospedou por ali. E durante esse tempo, nada de tristeza, nada de maldade. Era tudo a favor do bem. Difícil acreditar, mas era assim o ambiente daqueles que presenciaram esses momentos. Muitos sonhos foram criados, muitos destinos foram traçados e muitos amizades foram fortalecidas. Afirmo: não há fatos negativos. Porém, mesmo diante de tantas alegrias, o samba um dia se foi. Hoje ele vive por outros cantos da cidade, deixando a lembrança da varanda vagar pelos canais da memória, embalados pelos versos de saudade dos sambas imortais.

... era o fim do samba na varanda.


"Dedico este texto aos meus amigos que viveram esses momentos de festa, que trouxeram alegria e felicidade ao meu lar durante todo esse tempo. Éramos felizes e não sabíamos! Em especial, dedico a inspiração ao meu amigo Carlos Haga, também conhecido como Cacá, que me estimulou a desenvolver este texto e deixar registrado eternamente o "samba na varanda"na história de nossas vidas. Valeu!"

Marcel Agarie - 22/11/02
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